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Creches

Izídio quer informações da prefeitura sobre construção de creches

Diversas dúvidas, como valores de construção e número de vagas surgiram durante audiência pública promovida pelo vereador Izídio (PT)

Imprensa SMetal
Adriana Almeida
Longa exposição da representante da prefeitura não bastou para esclarecer dúvidas sobre creches

Longa exposição da representante da prefeitura não bastou para esclarecer dúvidas sobre creches

O vereador Izídio de Brito (PT) vai cobrar informações da prefeitura de Sorocaba sobre quantas creches vão ser construídas na cidade com verbas do governo federal. A dúvida – se são 8 ou 10 prédios – surgiu durante audiência pública sobre o tema realizada ontem, dia 25, na Câmara Municipal.

A chefe de divisão da secretaria de educação de Sorocaba, Marta Cassar, que participou da audiência, sustenta que 10 creches estão sendo construídas em convênio com o programa Pró-Infância do governo federal. Já a ex-deputada federal, Iara Bernardi, afirma que o Orçamento Municipal prevê a construção de apenas oito creches pelo convênio.

Na assinatura da parceria, em março deste ano, o governo de Vitor Lippi (PSDB) de fato divulgou a construção de oito creches, que acomodariam 900 crianças de 0 a 3 anos. Mas agora a secretaria divulga que são 10 creches, sem especificar o total de vagas.

Valor das creches
Além do número de creches, outro questionamento levantado na audiência pública de ontem foi sobre o valor de construção das creches. Segundo Iara Bernardi, o Orçamento prevê a construção de oito creches com verbas federais, ao custo total, de R$ 11 milhões; e prevê também a construção de outras oito creches com verbas do próprio município, com custo total de R$ 21 milhões.

“A diferença de custo é muito grande. A população tem o direito de saber porque as creches construídas com dinheiro municipal custam quase o dobro das construídas com recursos do governo Dilma Roussef”, afirma o vereador Izídio.

Número de vagas
Segundo a prefeitura, em 2004 havia duas mil vagas em creches na cidade, hoje seriam 6 mil vagas e o governo Lippi afirma que vai oferecer um total de 9 mil vagas na rede municipal até o final de 2012.

Já o secretário do partido Pátria Livre, Jean Carlos Tonelli, questionou as metas da prefeitura. “Se foram abertas quatro mil novas vagas desde 2004, cerca de 500 vagas por ano, como é que a prefeitura vai atingir a meta de abrir 3 mil novas vagas no prazo de um ano?”, perguntou ele durante a audiência.

Segundo a representante da secretaria de educação, somando creches municipais e estabelecimentos conveniados, a oferta atual de vagas chega a 10 mil. Os números são contestados pelo vereador petista, que vê contradições nos balanços divulgados pela administração. “Tem hora que o governo divulga 8 creches, depois são 10. Tem hora que são 6 mil crianças na creches, depois são 10. Para o governo, faltam 3 mil vagas para atender às crianças. No levantamento do meu mandato, o déficit é de 12 mil vagas.”, questiona o vereador.

A prefeitura tem divulgado que, entre creches com verbas do governo municipal e do governo federal, serão construídas 20 unidades até 2012. Mas Iara Bernardi insiste que a previsão oficial é de 16 creches, sendo 8 pelo programa Pró-Infância, do governo federal; e 8 com recursos do próprio município.

O vereador Geraldo Reis (PV) reclamou que a prefeitura não teria incluído na Zona Leste entre as regiões beneficiadas com novas creches.

Participação popular
A audiência pública abriu espaço para que a população presente se manifestasse sobre o assunto. O público era pequeno devido ao horário [o evento começou às 20h e terminou por volta das 23h30] e à chuva. Mas diversos moradores utilizaram o microfone da câmara para esclarecer dúvidas ou fazer reclamações.

Jussimara, da Vila Carol, por exemplo, disse que tem procurado vagas em creches na Zona Norte desde o final do ano passado, quando ainda estava grávida. “Depois de quase um ano ouvindo que não havia vagas, agora dizem que eu só posso concorrer a uma vaga se tiver carteira de trabalho assinada. Mas como é que vou arrumar emprego se não tenho com quem deixar meu filho?”

Jussimara também reclama que nenhuma creche anotou nome e contato dela para constar em uma fila de espera por vagas.

A reclamação da moradora da vila Carol é compartilhada por Cíntia Ferreira, do parque vitória régia, que tem duas filhas, de um e de dois anos. “Quando procuro trabalho me perguntam se eu tenho filhos e com quem eles ficariam se eu fosse contratada. A creche quer que eu tenha carteira assinada pra concorrer a vagas para minhas filhas. Como é que vou fazer? Preciso dessas vagas”, disse Cíntia à reportagem.

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