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Izídio afirma que Sorocaba sofre com ‘estelionato eleitoral’

Após sabatinar quatro secretários municipais dia 2, o vereador Izídio (PT) afirmou que os problemas na administração de Sorocaba indicam ter havido 'estelionato' na campanha para prefeito

Imprensa SMetal
Foguinho
Para o petista, na propaganda eleitoral o PSDB mostrou uma Sorocaba sem problemas em nenhum setor e com canteiros de obras na cidade toda

Para o petista, na propaganda eleitoral o PSDB mostrou uma Sorocaba sem problemas em nenhum setor e com canteiros de obras na cidade toda

Após participar da sabatina de quatro secretários municipais nesta terça-feira, dia 2, na Câmara, o vereador Izídio de Brito (PT) afirmou que os depoimentos dos representantes do governo comprovam que os eleitores de Sorocaba foram vítimas de ‘estelionato eleitoral’ durante as eleições para prefeito no ano passado.

Os secretários sabatinados pelos vereadores admitiram que a cidade está parada em vários setores, que há problemas graves de planejamento, organização e estrutura em áreas essenciais, como a saúde, e que não há solução a curto prazo.

“Na campanha eleitoral, tanto o ex-prefeito quanto o atual, que era o candidato da continuidade, venderam o paraíso para a população. Disseram que o município tinha arrecadação de sobra, tinha planejamento, tinha centenas de obras em andamento. Agora, poucos meses depois, vemos todas as obras paradas e os serviços públicos sucateados”, critica Izídio.

Mãos amarradas

Para o petista, na propaganda eleitoral o PSDB mostrou uma Sorocaba sem problemas em nenhum setor e com canteiros de obras na cidade toda. “Mostraram uma cidade maquiada e prometeram à população de que, com a eleição do candidato Pannunzio, as obras iriam avançar e que os serviços públicos iriam funcionar com 110% da sua capacidade”, afirma.

“Agora os secretários vêm aqui [na Câmara] e dizem que estão de mãos amarradas, que herdaram muitos problemas da gestão passada e que não podem fazer nada por áreas como saúde, esporte, gestão de pessoas e cultura. Isso é estelionato eleitoral”, critica Izídio.

CPI de obras

Para o vereador, os depoimentos dos secretários reforçaram a necessidade da CPI sobre obras atrasadas. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi aberta pela Câmara Municipal no final de março e deverá apurar as responsabilidades por atrasos e paralisações em obras contratadas pela prefeitura.

Os membros da CPI são os vereadores Caldini Crespo (DEM), presidente; Marinho Marte (PPS), relator; Francisco França, Izídio de Brito; Carlos Leite (todos do PT); e Irineu Toledo (PR).

Os quatro secretários sabatinados na última terça-feira foram convocados por decisão da Câmara. Apenas o vice-líder do governo, Waldomiro de Freitas (PSD), foi contrário à convocação. Os secretários sabatinados foram Rodrigo Maldonado (Gestão de Pessoas), Armando Raggio (Saúde), José Simões de Almeida Junior (Cultura e Lazer) e Francisco Moko Yabiku (Esporte).

Herança da gestão passada

Os secretários relatam os planos para suas pastas, mas também ouviram muitas críticas dos vereadores. Maldonado tentou explicar as contratações políticas feitas pela prefeitura e denunciadas pela imprensa, as demissões arbitrárias [incluindo uma gestante] e os problemas com a grade salarial dos servidores. O secretário disse que, em muitos casos, simplesmente “cumpre ordens” [por dedução, seriam ordens do prefeito].

O secretário de cultura destacou a falta de verbas em sua pasta. Já Yabiku disse que, quando assumiu o cargo, recebeu não uma secretaria [de esportes], mas uma quitanda “de tanto pepino e abacaxi que tinha”.

O secretário de saúde, cujo depoimento durou cerca de três horas, admitiu que muitos contratos de serviços de saúde estão sendo revistos, que a rede pública têm problemas estruturais, que há muitas faltas de médicos ao trabalho e que a pasta está gerenciado falhas da administração passada [que ajudou a eleger o prefeito atual].

Hospital na Zona Norte

Raggio também anunciou que o hospital público, prometido durante a campanha eleitoral, com base em um projeto de iniciativa popular liderado pelo Sindicato dos Metalúrgicos e pelo vereador Izídio, será construído na avenida Ipanema, onde funcionava a garagem da TCS.

O secretário, porém, não garantiu que o hospital terá caráter municipal, como prevê o projeto de iniciativa popular aprovado recentemente pela Câmara. “É um desrespeito à vontade popular o prefeito se negar a classificar a unidade de saúde como Hospital Municipal.

Além disso, ao usar o termo genérico hospital público, corre-se o risco de, daqui a pouco, virar um hospital estadual ou repassar a responsabilidade totalmente para a iniciativa privada”, alerta Izídio.

“Será que o governo de uma cidade do porte de Sorocaba, com o Orçamento de R$ 2 bilhões, não se considera capaz de se responsabilizar abertamente por um hospital?”, questiona o vereador.

Existe verba para custeio

Para Izídio, não é verdadeiro o argumento do governo municipal de que a prefeitura teria que custear sozinha o funcionamento do hospital municipal. “Existem, sim, verbas estaduais e federais disponíveis não só para construção, mas também para custeio dessa modalidade de hospital. Basta ter boa vontade política e formular projetos eficientes de convênio, especialmente com o governo federal”, defende o petista.

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