Com reduções em alimentos e transportes as despesas mais importantes no consumo das famílias, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,03% em julho, na menor taxa em três anos, desde igual mês de 2010 (0,01%), informou hoje (7) o IBGE. O IPCA havia ficado em 0,26% em junho e 0,43% em julho do ano passado. Com isso, o acumulado em 12 meses recuou de 6,7% para 6,27%. No ano, o índice oficial de inflação atingiu 3,18%, ante 2,76% em igual período de 2012.
Segundo o IBGE, os grupos Alimentação (24,65%) e Transportes (19,15%) correspondem a 43,8% do consumo familiar. Em julho, foram responsáveis por redução de 0,21 ponto no IPCA.
Usado em negociações salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve deflação (-0,13%) – o que também não acontecia há três anos -, ante 0,28% em junho e 0,43% em julho de 2012. A taxa está acumulada em 3,17% no ano, pouco acima de igual período do ano passado (3%). Em 12 meses, passou de 6,97% para 6,38%.
Em relação ao IPCA, considerada o índice oficial de inflação no país, o grupo Alimentação e Bebidas, que já havia ficado perto de zero no mês anterior (0,04%), teve deflação (-0,33%) em julho, o que não acontecia desde 2011 (-0,34%). O impacto na taxa total foi de 0,08 ponto percentual. Das 11 regiões pesquisadas, só Curitiba (0,15%) e Porto Alegre (0,07%) tiveram alta.
A maioria dos produtos recuou de preços de junho para julho. São os casos de tomate (-27,25%), cebola (-10,9%), cenoura (-5,04%), feijão carioca (-4,96%), batata inglesa (-4,87%), frutas (-2,6%), açúcar refinado (-1,6%), margarina (-1,59%), café moído (-1,28%) e hortaliças (0,75%).
Ônibus
Mas o principal impacto no mês (-0,13 ponto percentual) veio do grupo Transportes, que foi de 0,14% para -0,66%, na queda mais intensa desde junho de 2012 (-1,18%). As tarifas de ônibus recuaram 3,32% e representaram impacto de -0,09 ponto. Das 11 regiões, a tarifa caiu em sete e ficou estável nas demais.
O grupo Despesas Pessoais foi o que teve maior variação, de 1,13%, com pressão do item empregado doméstico (alta de 1,45%, representando impacto de 0,06 ponto percentual). Também subiram os itens recreação (1,25%) e cabeleireiro (1,62%).
Em Habitação, o IBGE apurou alta de 0,57%, com destaque para aluguel (0,83%), taxa de água e esgoto (0,64%), mão de obra para pequenos reparos (0,59%), energia elétrica (0,58%) e condomínio (0,57%). Em água e esgoto, informa o instituto, houve pressão das regiões de Porto Alegre (3,15%), Fortaleza (6,59%) e Salvador (2,38%) e queda em Goiânia (-2,02%). Nas tarifas de energia, a região metropolitana de Curitiba teve elevação de 3,59% – “apesar da redução de 31,40% no Pis/Pasep/Cofins, as contas foram pressionadas pelo reajuste de 8,64% nas tarifas a partir de 9 de julho”.
Entre os índices regionais, o maior justamente o de Curitiba (0,48%), devido à variação da energia, de alimentos (0,15%) e combustíveis (1,03% na gasolina e 0,9% no etanol). O menor foi o de Goiânia (-0,23%), com queda de 0,66% nos alimentos, de 4,93% nas tarifas de ônibus e -2,02% na tarifa de água e esgoto.
Com peso de quase 32% no índice geral, a região metropolitana de São Paulo teve taxa de 0,06% em julho. Além de Goiânia, também registraram deflação Brasília (-0,12%), Rio de Janeiro (-0,16%) e Salvador (-0,19%). O IPCA chegou a zero em Recife e ficou em 0,05% em Belo Horizonte.