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INPC registra novo aumento e pode impactar no bolso do trabalhador

Índice, que serve como base inicial para negociações dos metalúrgicos, já acumula alta de 5,37% em seis meses, superando o percentual de anos anteriores; cenário deve impactar no bolso do trabalhador

Imprensa SMetal
Marcos Santos/USP Imagens
Trabalhador já começa a sentir os reflexos da inflação no bolso

Trabalhador já começa a sentir os reflexos da inflação no bolso

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou aumento de 0,89% em fevereiro de 2021 e já acumula 5,37% em seis meses. Para se ter uma noção, em fevereiro do ano passado, mesmo período analisado aqui, a alta no percentual era de 0,17% para o mês.

O economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) dos Metalúrgicos de Sorocaba, Fernando Lima, explica que este índice mede a variação dos preços para o consumidor brasileiro e também “é a base inicial para as negociações da Campanha Salarial dos Metalúrgicos”. Ele ressalta ainda que o aumento recente do INPC está sendo puxado pelo grupo de educação e transportes, o segundo representando a alta de combustíveis – que só neste ano sofreu reajuste da Petrobrás por cinco vezes nas refinarias.

Outra variante que tem impactado para o aumento do índice é o valor de mantimentos básicos. Apesar do grupo de alimentação e bebidas ter apresentado aumento relativamente “pequeno” em fevereiro deste ano, o acumulado dos último seis meses mostra um cenário preocupante já que o INPC para este grupo soma alta de 10,86% e não se vê, na prática, diminuição no preço dos alimentos nos mercados e comércios.

“Fato curioso é que vivenciamos aumento dos preços em um momento que a economia não está aquecida, punindo os trabalhadores”, comenta Fernando Lima.

Impactos para os metalúrgicos e metalúrgicas

Para chegar em valores de reajuste salarial, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) negocia com as empresas durante a Campanha Salarial. Esse reajuste, no entanto, não é obrigatório e, por isso, se trata de um momento de negociações e lutas intensas.

“Por ser uma categoria forte, normalmente o reajuste salarial é composto por duas partes: a primeira é a reposição dos prejuízos causados pelo aumento dos preços dos produtos de bens e serviços; com isso o trabalhador volta a ter o mesmo poder de compra que tinha a 12 meses atrás. A segunda parte é o que chamamos de aumento real – esse valor é o que vai além da inflação acumulada do período. Dessa forma, quando feita correção, o trabalhador tem aumento do seu poder de compra”, explica o economista Fernando Lima.

O presidente do SMetal, Leandro Soares, analisa o cenário para os próximos meses como “desafiador” e recorda que o Sindicato trabalha arduamente para que o melhor seja conquistado em prol da categoria. “Neste ano é possível que a inflação seja maior do que em outras datas-bases. Esperamos um cenário desafiador, mas que será enfrentado com muita luta para que possamos conduzir uma Campanha Salarial que apresente benefícios para os trabalhadores”, finaliza o presidente.

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