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Inflação em alta

INPC de outubro fecha em 1,16% e é o maior desde 2002

Em apenas 2 meses, desde a última data-base dos metalúrgicos, a inflação está acumulada em 2,37%; SMetal critica a falta de ação do governo para barrar os aumentos nos preços do combustível e dos alimentos

Imprensa SMetal
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As principais causas para a alta inflacionária são os recorrentes aumentos nos preços dos combustíveis e dos alimentos

As principais causas para a alta inflacionária são os recorrentes aumentos nos preços dos combustíveis e dos alimentos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimos, teve alta de 1,16% em outubro, a maior para o mês desde o ano de 2002. Como nos meses anteriores, as principais causas para a alta inflacionária são os recorrentes aumentos nos preços dos combustíveis e dos alimentos, ou seja, itens básicos que têm pesado cada vez mais no bolso dos trabalhadores.

Somente em 2021, a inflação acumulada está em 8,45%; em 12 meses, o índice já chega a 11,08%. Se levarmos em consideração a última data-base da categoria metalúrgica – setembro de 2021 -, que utiliza do INPC para definir as perdas dos trabalhadores com a inflação, o índice está em 2,37%.

Analisando os dados históricos do INPC para o mês de outubro, o economista da subseção Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba, Fernando Lima, conta que é possível observar que o patamar inflacionário estabelecido em 2021 é extremamente elevado e atípico para o período, que geralmente têm índices mais discretos.

“Em 26 anos, pós plano-real, é o terceiro maior índice para o mês de outubro, ficando atrás apenas de 2002 e 1995. No acumulado, entre o período de janeiro e outubro – o índice de 2021 é o quarto maior desde o começo do plano real”, conta.

Para ele, o Brasil tem vivido um momento crítico economicamente, que a é alta inflação causada pelo preço dos combustíveis e dos produtos alimentícios. “Isso tem efeito cascata e acaba impactando diretamente todos os setores da economia, como alimentação, artigos para residência, saúde, despesas pessoais e o próprio transporte, que tem um peso grande no cálculo do índice”,

Leandro Soares, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), critica a falta de ação do governo federal para barrar os recorrentes aumentos, que têm pesado no bolso da classe trabalhadora. “Bolsonaro está deixando uma sociedade inteira à mercê dos altos preços de itens mínimos para a sobrevivência por causa de fundamentos econômicos totalmente equivocados. Quantos irão morrer de fome ou viver em insegurança alimentar, muitas vezes pulando refeições por falta de comida, até que esse desgoverno resolva agir?”, questiona.

Ações do Banco Central

Segundo o economista Fernando Lima, o Banco Central tem sido o único órgão que – por obrigação – tem adotado iniciativas para tentar controlar a inflação, porém, bastante simplistas. “O remédio que o Banco Central tem utilizado é o aumento da taxa de juros que, talvez não agora, mas a médio e longo prazo, pode ser bastante duro para os brasileiros. Esses recorrentes aumentos na taxa de juros desacelera a economia e impacta toda a atividade econômica do país, o que pode causar uma recessão num período próximo”, explica.

Para ele, o “remédio” utilizado pelo órgão é para controlar problemas com demanda e não é essa a causa patamar elevado da inflação no país. “Não é um problema de demanda que está gerando inflação, mas sim os aumentos dos custos que estão atrelados às questões estruturais. Em um cenário de constante alta inflacionária e taxa de desemprego elevado, como o atual, essa situação afeta não só a vida das pessoas que não possuem uma renda fixa, mas também de quem está empregado, pois são pressionados a aceitar as condições impostas a ele”, conclui.

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