Os dados são do IBGE, levantados pelo Dieese.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou em 3,58% entre setembro de 2023, mês que marca a data-base da categoria metalúrgica do estado de São Paulo, e junho de 2024.
Para efeito de comparação, no mesmo período em 2023, o INPC acumulava uma alta de 3,94% em 10 meses.
O levantamento foi feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e identificou que o aumento no preço dos produtos alimentícios desacelerou de 0,64%, em maio, para 0,44% em junho.
O economista do Dieese em Sorocaba, Felipe Duarte, ressalta que serviços em geral, especialmente transportes, tiveram um resultado positivo neste mês, mas a desvalorização do real frente ao dólar já reflete no preço dos combustíveis, que deve impactar no índice de julho.
Para ele, a inflação esteja acumulada em 2,68% no ano não representa um problema, porque a economia está crescendo de forma equilibrada, sem ultrapassar, nem ficar aquém de sua capacidade instalada.
“Esse cenário de estabilidade econômica no qual o Brasil se encontra deve evitar novos aumentos na taxa básica de juros, a Selic, no próximo mês e tem se refletido em mais de 85% dos reajustes salariais em 2024, até maio, com índices acima da inflação. Esta é uma ótima notícia para os trabalhadores e trabalhadoras, bem como para a atividade produtiva nacional”, afirma o economista.
INPC
O INPC é utilizado para calcular variações no custo de vida das famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, por isso, é um índice muito importante para os trabalhadores, com recorte para despesas necessárias como alimentação, transporte, habitação e educação, por exemplo. Os resultados do INPC revelam se os preços de bens e serviços sofreram inflação ou deflação de um mês para o outro, ou seja, se aumentaram ou diminuíram de preço.
Campanha Salarial
O INPC é utilizado como referência para as negociações da campanha salarial. Para a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), a campanha deste ano deve buscar repor o que foi perdido, em termos de poder de compra do metalúrgico, e aumentar a capacidade de consumo da categoria, o que é chamado de ‘aumento real’, ou seja, um reajuste acima do índice.
Os sindicatos ligados à Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) já apresentaram a pauta de reivindicações da categoria, que além das propostas econômicas, envolve uma série de reivindicações de cláusulas sociais, que ampliam os direitos que constam na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Agora, a Campanha está em fase de negociação. Em 2023, os grupos patronais não apresentaram propostas que contemplassem a categoria e, por isso, o SMetal buscou negociar individualmente, por fábrica.
“Neste ano, o objetivo é valorizar as Convenções Coletivas, garantindo que toda a categoria seja contemplada com os reajustes nos salários de forma coletiva”, afirma o presidente do SMetal, Leandro Soares.
As Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) são instrumentos de formalização de acordos coletivos que abrangem o conjunto de trabalhadores de determinadas fábricas, pelos quais grupos patronais se agrupam. São diversas entidades patronais que, por vezes, se organizam por grupos.
