Busca
Busca
A hora é de luta

Inflação acumulada da Campanha Salarial fecha em 1,73%

A diretoria do SMetal lembra que apenas os trabalhadores do G2 estão com a Convenção Coletiva renovada, os demais grupos precisam renovar os direitos e benefícios

Imprensa SMetal
FONTE: Subseção Dieese/SMetal
Comportamento da inflação mês a mês

Comportamento da inflação mês a mês

Na manhã desta quarta-feira, 6, o IBGE divulgou o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de agosto, que teve uma queda de 0,03%, registrando uma deflação.

Portanto, a inflação acumulada referente aos últimos 12 meses, do período da campanha salarial dos metalúrgicos, fechou em 1,73% (confira o gráfico ao lado).

De acordo com o economista da subseção do Dieese/SMetal, Fernando Lima, esse é o menor índice desde os anos 2000. Ele afirma ainda que os responsáveis por essa deflação no mês de agosto foram os produtos alimentícios, que tiveram queda de 1,18%, enquanto que os produtos não alimentícios registraram alta de 0,48%.

É importante destacar que o INPC mede a variação das famílias com rendimento de 1 a 5 salários mínimos. “Esse grupo é mais vulnerável às variações de preços dos produtos alimentícios. Os que registraram maior queda nos preços no período foram: feijão, tomate, frutas e carnes”.

Há outro indicador que mede a inflação como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou alta em agosto de 0,19%. “Mas, ele não é utilizado pela maioria, quase absoluta, das categorias, porque abrange famílias com renda de 1 até 40 salários mínimos”, explica o economista Lima.

Na Campanha Salarial do ano passado, o índice foi de 9,62%.

Como afirmou o economista Fernando Lima, em matéria divulgada pela Folha Metalúrgica de maio deste ano, a inflação baixa atual deve-se à recessão (leia aqui).

Campanha Salarial

O secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, que também é economista, ressalta que a categoria está enfrentando um dos cenários mais difíceis de luta por direitos. Ele salienta que a Reforma Trabalhista aprovada pelo governo de Temer acaba com os direitos mais básicos dos trabalhadores.

“O G3 (autopeças, forjarias e parafusos), por exemplo, que representam setores patronais das fábricas de 9.300 trabalhadores da nossa base, antes mesmo do índice da inflação sair, já impôs, na contra-pauta de negociação, dificuldades em aplicar reajustes. Isso, sem falar que é um dos grupos que está dificultando ao máximo as renovações das cláusulas sociais”, destaca Ferreira.

Com a terceirização já implantada, os setores patronais estão só aguardando a aplicação da Reforma Trabalhista a partir do dia 11 de novembro para provocar as mudanças previstas.

Direitos ameaçados

– Fim da estabilidade ao acidentado;

– Fim das garantias ao empregado estudante;

– Fim das garantias para mão de obra temporária;

– Fim das regras atuais para as férias;

– Fim das garantias aos empregados em vias de aposentadoria;

– Redução da remuneração aos aprendizes do Senai;

– Suspensão do auxílio creche ao trabalhador que estiver afastado ou com o contrato de trabalho suspenso;

– Novas formas de reajuste dos valores de transporte e alimentação;

– Fim dos 10 dias de licença amamentação.


É agora ou nunca

Para a diretoria do SMetal, o que está posto, é a luta dos que controlam a produção, os grandes empresários, contra os menos favorecidos, ou seja, aqueles que dependem do salário cair na conta todo mês para manter o mínimo de dignidade e qualidade de vida.

A Convenção Coletiva dos Metalúrgicos é uma ferramenta que asseguram direitos e benefícios como piso salarial maior, adicional noturno maior, estabilidade no emprego após sofrer acidentes de trabalho ou por doença ocupacional, entre outros.

O secretário-geral chama a atenção que somente os trabalhadores das indústrias do Grupo 2 tem ainda a Convenção Coletiva de Trabalho assegurada, porque o acordo foi fechado para dois anos. “Desde o dia 1º de setembro, os demais trabalhadores não estão mais assegurados pelos direitos da Convenção Coletiva por causa da Reforma Trabalhista (fim da ultratividade). Por isso, é fundamental a mobilização de toda classe trabalhadora”.

Mobilização nas indústrias

O cenário é de ataque constante aos direitos trabalhistas e sociais, conquistados desde a época do presidente Getúlio Vargas, com a criação da Consolidação das Leis Trabalhista (CLT), na década de 40.

Para protestar contra a retirada de direitos e reivindicar o retorno da democracia no país, o dia 14 deste mês foi escolhido pelos metalúrgicos de todo o Brasil como “Dia Nacional de Luta, Protestos e Greve”.

O objetivo dos protestos e greves do dia 14 é o enfrentamento para impedir a aplicação da terceirização, da reforma trabalhista e barrar a aprovação da reforma da Previdência.

Todo o material da Campanha Salarial em defesa da Convenção Coletiva de Trabalho dos Metalúrgicos está disponível no www.smetal.org.br/campanhasalarial2017

tags
73 campanha categoria dia 14 direitos grupos inflação mobilização reajuste reforma salarial trabalhista
VEJA
TAMBÉM