As indústrias da região de Sorocaba fecharam 1.050 postos de trabalho em abril, o que representou uma variação negativa de 0,98% no nível de emprego, segundo a diretoria regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Sorocaba, que abrange 48 cidades. Este foi o quarto pior resultado de uma regional do Ciesp no mês passado. Apenas as regionais São Paulo, Guarulhos e Jundiaí tiveram maior redução de vagas no período. Das 36 diretorias, 20 tiveram demissões, enquanto 16 apresentaram resultado positivo em geração de emprego.
Abril foi o pior mês para a indústria da região desde o início da série histórica do nível de emprego calculado pelo Ciesp. Desde 2011, quando o emprego avançou 0,11%, o resultado vem sendo negativo. No ano passado, o emprego havia recuado 0,43%. Já no levantamento mês a mês, desde fevereiro do ano passado — quando houve avanço de 0,2% — o nível de emprego não é positivo na região de Sorocaba.
A redução de empregos no acumulado de janeiro a abril, na regional Sorocaba, é de 2,02% negativos. Isso significa uma queda de aproximadamente 2.250 postos de trabalho. Já no conjunto dos últimos 12 meses, a retração é de 11,14%. Com isso, a indústria na região registrou o fechamento de 13.600 empregos.
O que influenciou o resultado negativo do mês passado, de acordo com o Ciesp, foram os resultados dos setores de confecção de artigos do vestuário e acessórios e produtos alimentícios. O primeiro teve uma queda de 3,13% no nível de emprego, enquanto o segundo chegou a 3,04% negativos. Em seguida, aparece o segmento de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com recuo de 2,91%. Máquinas e equipamentos, por sua vez, tiveram resultado de 1,28% negativos em emprego.
Retomada da confiança
Apesar da diversificação do parque industrial da região de Sorocaba, o peso do segmento de autopeças foi responsável pela forte queda do nível de emprego, avalia o vice-diretor do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos. Segundo ele, a Toyota é a exceção positiva do setor. No entanto, indústrias grandes do segmento de autopeças fornecem para outras montadoras, que têm sofrido com a queda nas vendas de veículos no país. “As demissões na região são, principalmente, do setor automotivo”, afirma.
O vice-diretor do Ciesp, no entanto, espera que ocorra uma leve melhora nas expectativas daqui para frente. Isso se daria pelo mudança de humor dos agentes econômicos, incluindo o próprio consumidor final. “Tem uma postura de confiança em todos os segmentos e, com isso, não só o setor empregador, mas o próprio empregado, começa a comprar de novo e a roda volta a girar”, comenta Erly. Contudo, ele ressalta que isso não deve ocorrer com tanta rapidez, mas de um modo gradativo.