As demissões nas indústrias em 48 municípios da regional de Sorocaba do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) vêm diminuindo mensalmente. Foram 200 em julho e 100 em agosto. O volume é bem menor que junho, quando foram desligados 1.850 trabalhadores na região. No Estado porém, houve aumento de 6 mil em julho para 11 mil em agosto.
Os dados são da pesquisa de Nível de Emprego do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon), divulgada ontem. No ano, o acumulado na região de Sorocaba é de uma queda de aproximadamente 4.900 postos, de acordo com o Ciesp. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 10.450 empregos a menos.
A redução de 100 vagas é considerada pequena, se mostrando quase estável, e a expectativa — pelo menos para a região de Sorocaba — é que o nível de emprego possa voltar ter saldo positivo nos próximos meses, a partir de uma recuperação gradual da economia.
O 1º vice-diretor regional do Ciesp, Erly Domingues de Syllos, cita a diversidade da indústria em Sorocaba e região como fator importante para as dispensas menores do que em outras regiões do Estado. “Se tivéssemos somente autopeças e máquinas estaríamos em maiores dificuldades”, observa. Ele ressalta o desempenho das indústrias voltadas às energias renováveis, agronegócio e alimentos. Segundo Syllos, “o empresário tem confiança no novo governo, mas espera por resultados.”
Por segmentos, houve variações positivas em confecção de artigos de vestuário e acessórios (8,65%) e produtos têxteis (1,29%) em agosto, que evitaram que as perdas fossem maiores no resultado geral. Por outro lado, as principais variações negativas foram em máquinas e equipamentos (-4,28%) e veículos automotores e autopeças (-0,81%).
No Estado
A indústria paulista fechou 11 mil postos de trabalho em agosto, conforme o Ciesp. Em julho, tinham sido 6 mil. Das 36 regiões do Estado consideradas no levantamento, 28 apresentaram variação negativa no nível de emprego em agosto, quatro registraram aumento de vagas, e quatro ficaram estáveis.
Dos 22 segmentos industriais da pesquisa, 73% (16) registraram queda do nível de emprego, com destaque para produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-2.187 postos); produtos alimentícios (-1.981 postos) e produtos de borracha e de material plástico (-1.624 postos). Três setores ficaram estáveis e outros três apresentaram variação positiva no mês de agosto.
O diretor titular do Depecon, Paulo Francini, afirma que resultado da pesquisa indica que não houve alteração no mercado em relação à oferta de empregos na indústria. “É uma continuidade, um sinal de que o emprego continuará caindo e, infelizmente, isto deve prosseguir até o final do ano”, diz ele, conforme a assessoria de imprensa do Ciesp.
Francini acredita que ainda não é possível enxergar nitidamente uma tendência de recuperação do cenário. Ele lembra que o emprego é sempre a última variável a sofrer e a se recuperar dos efeitos de uma crise econômica. “Nós ficamos ansiosos por querer enxergar a luz no final do túnel. Por enquanto estamos vendo apenas redução da taxa de queda”, conclui.