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Indústria da região de Sorocaba volta a contratar

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) considera que o saldo positivo de emprego na indústria regional, em janeiro, ainda é pouco para significar uma recuperação

Priscila Fernandes / Jornal Cruzeiro do Sul
Foto: Luiz Setti / Jornal Cruzeiro do Sul

Foto: Luiz Setti / Jornal Cruzeiro do Sul

O nível do emprego no setor industrial na região de Sorocaba apresentou o primeiro saldo positivo em 22 meses. Foram gerados 150 postos de trabalho em janeiro deste ano. Os dados são da Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, feita pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O último resultado positivo aferido foi em fevereiro de 2015, quando a indústria da região gerou aproximadamente 250 postos de trabalho.

Nos meses anteriores a janeiro de 2017, o nível de emprego na região apresentou quedas contínuas. Em dezembro de 2016, a região chegou a perder 3 mil vagas em um mês. Em novembro, foram fechadas 1.100 vagas na indústria.

Nos últimos 12 meses houve queda de aproximadamente 13.400 postos de trabalho nas indústrias da região de Sorocaba, que compreende 48 municípios. Na comparação entre janeiros, o resultado também é positivo este ano, pois no primeiro mês de 2016 ocorreu uma perda de aproximadamente 350 vagas.

Após tantos resultados negativos, o aumento discreto é visto como uma boa notícia. “Mostra uma tendência de que estamos caminhando para uma lenta recuperação”, avalia o diretor regional do Ciesp, Erly Domingues de Syllos. “Cento e cinquenta (novos postos de trabalho) é pouco, mas parou de cair”, pondera.

A expectativa para os próximos meses é de resultados tímidos, mas de melhora gradativa. Syllos avalia que o cenário econômico está mais estável e começa a dar sinais de recuperação, com a queda da taxa de juros e da inflação. “Obviamente ainda tem que melhorar muito”, considera.

Para o diretor regional do Ciesp, é possível que o pior já tenha passado e que após atingir o “fundo do poço”, a economia esteja engrenando novamente, ainda que sem euforia. “Sorocaba e o Estado estão começando uma curva positiva.”

No Estado de São Paulo, o saldo foi positivo de 6,5 mil vagas no setor em janeiro. O resultado positivo do mês é o primeiro no Estado registrado desde abril de 2015, quando foram feitas 6 mil contratações.

A diretoria regional de Sorocaba ficou na 19ª posição em geração de empregos em janeiro, entre 36 regionais citadas na pesquisa do Depecon.

Segmento

Os segmentos que mais influenciaram o cálculo do indicador total da região foram Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios (2,05%); Produtos Químicos (4,30%); Produtos Alimentícios (0,91%) e Veículos Automotores e Autopeças (1,36%).

O diretor do Ciesp ressalta a importância do segmento de autopeças, que é um dos maiores empregadores na região. Ele destaca o desempenho da Toyota na cidade, que não sentiu de forma acentuada os efeitos da crise, especialmente por conta das exportações direcionadas aos países da América do Sul.

Volta do consumo

A expectativa é de que com menos demissões, a confiança da população retorne e estimule o consumo. Como consequência, aqueceria a produção e a geração de empregos. “A economia entrando nos eixos começa a virar confiança e a indústria contrata novamente”, afirma Syllos. Ele cita ainda a liberação do saque das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que deve aquecer as vendas.

SMetal vê número ainda fraco

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) considera que o saldo positivo de emprego na indústria regional, em janeiro, ainda é pouco para significar uma recuperação. “O crescimento nos postos de trabalho é muito baixo e insuficiente para apontar uma real melhoria na geração de empregos do setor metalúrgico na região de Sorocaba, que gira em torno de 36 mil trabalhadores”, diz o vice-presidente Tiago Almeida do Nascimento.

“A categoria possui diversos subsegmentos e, apesar dos números mostrarem pequenos sinais de crescimento em três dos sete subsegmentos divulgados, eles ainda são inexpressivos, já que nos últimos 12 meses toda a categoria apresentou fechamento de postos de trabalho.” Ele afirma que é preciso aguardar os números do Caged, na próxima semana, para um panorama completo e mais detalhado.

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