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Campanha salarial

Grupos 3 e 8 oferecem apenas a inflação como reajuste salarial

A FEM-CUT e os sindicatos metalúrgicos filiados rejeitaram na mesa de negociação, ocorrida nesta quarta, dia 17, a proposta de reajuste salarial de 6,35% apresentada pelos grupos 3 e 8

FEM-CUT
Adonis Guerra/FEM-CUT

Rodada no G3 aconteceu na quarta-feira, dia 17

A FEM-CUT/SP e os sindicatos metalúrgicos filiados rejeitaram na mesa de negociação, ocorrida nesta quarta-feira (17), a proposta de reajuste salarial de 6,35% (reposição integral da inflação da data-base da categoria metalúrgica, 1º de setembro, calculada pelo INPC do IBGE) apresentada pelas bancadas patronais dos setores do Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos) e Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários).

Segundo o presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva, Biro-Biro, as empresas deram “um bom passo” ao proporem o 100% do INPC, no entanto, esse índice está distante do que a categoria anseia. “Só a reposição da inflação não nos atende, queremos o melhor aumento real possível”, explica.

A Federação tem como estratégia não divulgar o índice de ganho real, em razão que este valor é negociado e conquistado na mesa de negociação.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, ressalta que nenhuma categoria até agora em Campanha Salarial neste segundo semestre teve a proposta de 100% do INPC, mas reforça que o compromisso dos sindicatos metalúrgicos com a categoria é o ganho real. “Temos uma grande responsabilidade neste momento: o Brasil segue crescendo e gerando empregos. É nas campanhas salariais que têm havido grande parte deste movimento de distribuição de renda no País. Não podemos, mesmo sabendo das dificuldades neste ano, interromper este processo”, frisa.

Rotatividade

Durante a rodada com o G3, o presidente da FEM e os dirigentes dos sindicatos metalúrgicos filiados rebateram argumentos das empresas de que “tudo está caótico” e questionaram a alta rotatividade (demitem quem ganha um salário maior para contratar com salário menor) que beneficia as empresas e prejudica os trabalhadores.

De acordo com levantamento da Subseção do Dieese na Federação, em 2013, a rotatividade nas empresas do G3 na base FEM chegou a 20,08%. “Essa prática corrói os salários dos trabalhadores que não se apropriam de todos os ganhos conquistados nas campanhas salariais”, conta Biro-Biro.

A pesquisa elaborada pela economista, Caroline Gonçalves, revela que, entre 2006-2013, as campanhas salariais da FEM-CUT/SP acumularam aumento real de 23,41% nas empresas do G3, porém, deste total cerca de 5,22% foram corroídos pelo mecanismo da rotatividade.
Nos seis primeiros meses deste ano, na média, a diferença da rotatividade chegou a 19,45% com as movimentações entre admitidos e demitidos e os patrões economizaram por volta de R$ 29,3 milhões.

Negociação e mobilizações

As negociações com as bancadas patronais dos Grupos 3 e 8 continuarão na próxima semana. Paralelamente, os sindicatos metalúrgicos filiados darão continuidade às mobilizações nas bases. Já estão acontecendo diariamente assembleias prolongadas nas portas das fábricas do ABC paulista, Sorocaba, Pindamonhangaba, Salto, Itu, Taubaté, São Carlos, Matão e Monte Alto.

Na semana passada, nos dias 9 e 11 de setembro, a FEM-CUT protocolou comunicados de greve para todas as bancadas, que determinam, que após o prazo de 48 horas, os cerca de 215 mil metalúrgicos em Campanha Salarial na base da FEM poderão entrar em greve geral por tempo indeterminado.
Em Pindamonhangaba, os metalúrgicos na Tenaris Confab, empresa ligada ao setor de máquinas (Grupo 2), completaram na quarta-feira (17) o segundo dia de paralisação por tempo indeterminado .

Rodadas da FEM desta semana

As próximas rodadas da FEM-CUT serão com os setores patronais: G2 nesta quinta-feira (18), às 15h, na FIESP e na sexta-feira (19) com o Grupo 10, às 10h, na FIESP e Fundição, às 14h, na sede do Sindicato da Indústria de Fundição no Estado de São Paulo (SIFESP), na Avenida Paulista. O setor de Estamparia ainda não agendou rodada.

Grupos 3 e 8 oferecem apenas a inflação como reajuste salarial

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