Após um mês, a bancada patronal do Grupo 3 (que reúne os setores de Autopeças, Forjaria e Parafusos) agendou uma nova rodada de negociação da Campanha Salarial com a FEM-CUT/SP no dia (9), às 10h, na sede do Sindipeças, na Avenida Santo Amaro. Estão em Campanha nas empresas destes setores na base FEM 51,3 mil metalúrgicos.
Na última negociação, ocorrida em 29 de julho, dirigentes da Federação e do G3 debateram a redução gradativa na jornada de trabalho de 44h para 40h semanais, sem redução no salário, e a valorização nos pisos salariais. O G3 também negociava a mudança de data-base, que hoje é 1º de setembro, para maio ou junho. Sobre esta pauta patronal, a Federação já havia informado a dificuldade em alterá-la, em razão que foi uma conquista histórica para o ramo metalúrgico cutista unificar a data-base para 1º de setembro.
Expectativa
O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva, Biro-Biro, disse que a expectativa é que a bancada do G3 entre no debate do reajuste salarial e a Federação deixará claro que não aceitará proposta sem aumento real no salário. “Até agora, não avançamos nas negociações com as bancadas patronais e as propostas apresentadas não repõem sequer a inflação da nossa data-base e isso para nós é inaceitável. Já avisamos que as assembleias/protestos estão programadas na nossa base e têm a missão de pressionar os patrões a apresentarem uma proposta decente”, informa.
Aumento real e pisos
Biro-Biro disse que a FEM-CUT continuará a pressão para celebrar acordos com aumento real e valorização nos pisos. “A economia brasileira está em plena recuperação. Dados do Dieese mostram que 93% das 340 unidades de negociação conquistaram reajustes salariais acima do INPC no primeiro semestre. No nosso ramo, todas as 24 negociações celebradas no País até julho obtiveram ganhos reais. Vamos lutar por acordos que recomponham a renda dos metalúrgicos”.
Mobilizações e greve
Seguindo orientação da FEM, os sindicatos metalúrgicos estão realizando assembleias prolongadas nas portas das fábricas. Já aconteceram mobilizações em Sorocaba e em Pindamonhangaba teve uma paralisação de 1 hora na terça-feira (2) na Tecn-Serv. Em São Carlos, acontecerá assembleia geral no próximo domingo (7). Todos os sindicatos farão mobilizações.
Resumo das negociações
As negociações da Campanha Salarial da FEM iniciaram no dia 16 de julho. A bancada patronal do G3 foi a primeira a iniciar as discussões. Depois vieram os setores dos Grupos 2,8 e 10.
Até o momento, as negociações, sempre marcadas por muitas dificuldades das bancadas patronais, giram em torno da pauta de temas econômicos negociados neste ano pela FEM: a redução gradativa da jornada de trabalho, sem redução no salário, de 44h para 40h semanais nas fábricas e a valorização nos pisos salariais, que ao longo dos últimos anos, tiveram reajustes inferiores ao do Salário Mínimo Nacional.
Em relação aos Grupos 8, Estamparia e 10, a FEM negocia também a unificação da cláusula da Licença-Maternidade de 180 dias na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
No G8 e na Estamparia, esta cláusula é uma recomendação e no G10 assegura apenas 150 dias.
A Federação quer unificá-las nestes setores patronais para 180 dias, transformando em um direito garantido das mulheres metalúrgicas – como já está assegurado nas demais bancadas patronais.
Base FEM em Campanha
Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)
Total:89,139 mil
Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)
Total: 51,531 mil
Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários,
rodoviários entre outros)
Total: 41,872 mil
Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros)
Total: 23,825 mil
Estamparia
Total: 5,337 mil
Fundição
Total: 3,941 mil
Total: 215, 645 mil metalúrgicos em Campanha. Lembrando que a FEM-CUT/SP representa
251 mil metalúrgicos na base (neste dado estão incluídos os setores aeroespacial e montadoras)