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MOBILIZAÇÃO

Greve paralisa 8 mil trabalhadores da Mercedes-Benz em São Bernardo

Metalúrgicos pedem reajuste salarial e da PLR, além da manutenção de cláusulas sociais do último acordo coletivo

Brasil de Fato
Edu Guimarães/SMABC
Trabalhadores aprovam greve por tempo indeterminado em assembleia na manhã desta segunda-feira (14

Trabalhadores aprovam greve por tempo indeterminado em assembleia na manhã desta segunda-feira (14

Cerca de 8 mil trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP) paralisaram as atividades da fábrica nesta segunda-feira (14). Os metalúrgicos determinaram, em assembleia, greve por tempo de indeterminado.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a paralisação vai acontecer até que a montadora apresente propostas que contemplem as principais reivindicações da categoria: reajuste salarial e o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além da manutenção das cláusulas sociais do último acordo coletivo.

O coordenador do Comitê Sindical dos Trabalhadores, Angelo Máximo de Oliveira Pinho, conhecido como Max, explica que há um impasse nas negociações por divergências entre a Mercedes-Benz e as reivindicações dos trabalhadores.

“A empresa se nega a discutir incorporação nos salários e quer oferecer abonos. E a gente diz que a discussão que temos que fazer é qual o valor do reajuste incorporado no salário. Já a PLR, a gente quer incluir alguns itens a mais e ajustar o valor pelo INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor]”, apontou.

Os trabalhadores também denunciam a retirada de cláusulas sociais do acordo coletivo, como a estabilidade até a aposentadoria do trabalhador que sofreu um acidente de trabalho ou tenha uma doença ocupacional e o auxílio-doença com complementação salarial por até 120 dias de afastamento.

Eles reivindicam ainda a inclusão de uma cláusula de salvaguarda contra a reforma trabalhista, que garanta que qualquer alteração prevista na nova legislação seja feita somente após um processo de aprovação dos trabalhadores, por meio do sindicato.

De acordo com o dirigente, a empresa ainda não tem negociado diretamente com os trabalhadores, como prevê a nova legislação. Mas ele pondera que alguns efeitos da nova legislação já podem ser percebidos nas contratações de empresas terceirizadas, por exemplo, e também na própria negociação.

“Ela [Mercedes] está na mesa de negociação com o sindicato, oferece uma proposta que não atende a reivindicação do sindicato e ela solta boletim e tem colocado gerentes para conversar com os trabalhadores para conversar sobre a proposta dela para ver se os trabalhadores aceitam. Então, com isso, ela acaba atropelando o processo de negociação e desrespeitando a organização dos trabalhadores. É isso o que está mais perceptível”, afirmou Pinho.

Outro receio dos trabalhadores é a demissão de trabalhadores mensalistas do setor administrativo.

Os metalúrgicos e a empresa estão em negociação de campanha salarial desde abril. Na semana passada, os trabalhadores iniciaram mobilizações internas com paradas e passeatas pela fábrica para pressionar a negociação.

A assessoria de imprensa da Mercedes-Benz afirmou que, por ora, não vai se posicionar sobre os temas e informou que as negociações estão em andamento.

Uma nova assembleia foi marcada para esta terça-feira, 15, às 7h30, em frente à portaria principal da fábrica em São Bernardo do Campo.

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