A greve de funcionários da Fundação Casa entra no terceiro dia com aumento de participação. Iniciada no último sábado (7), a paralisação conta com a adesão de cerca de 1.500 trabalhadores em todas as 150 unidades do estado, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo (Sitraemfa/Sitsesp).
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 42% para repor perdas com a inflação nos últimos anos. Contudo, de acordo com o Sitraemfa/Sitsesp, a principal demanda é por segurança no local de trabalho. O sindicato aponta defasagem de cerca de 40% no quadro de funcionários.
Com o quadro menor, além de não prestarem o atendimento socioeducativo adequado aos adolescentes, os funcionários ficam mais expostos a eventuais atos de violência e têm que suportar tensão redobrada.
A categoria cumpre determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), que estabelece em 70% o mínimo de funcionários capazes de manter serviços essenciais, como alimentação e atendimento médico.
O Sitraemfa/Sitsesp afirma que, até o momento, não foi apresentada qualquer contra proposta por parte da direção da Fundação Casa ou do governo do Estado. A greve segue por tempo indeterminado, até que representantes do governo aceitem negociar a pauta de 67 reivindicações composta pelo sindicato, que afirma representar cerca de 13 mil funcionários em todo o estado.
Protesto em Sorocaba
Cerca de 40 funcionários da Fundação Casa paralisaram, a partir das 9h30 desta segunda-feira (9), a pista sentido capital da rodovia Senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho, no quilômetro 9. O protesto durou pouco mais de cinco minutos, já que a Polícia Rodoviária chegou rapidamente ao local e dispersou os manifestantes.
Em Sorocaba, são quatro unidades da Fundação Casa com cerca de 250 internos, que estão com as atividades pedagógicas prejudicadas por conta da paralisação. Segundo os grevistas, as aulas dos adolescentes estão sem ocorrer desde sábado.