A Polícia Federal apreendeu no último domingo, dia 17, por determinação da Justiça Eleitoral, mais de 1 milhão de panfletos que pregavam voto contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, alegando que ela é favorável à descriminalização do aborto.
A gráfica que imprimia o material pertence à Arlety Satiko Kobayashi, irmã do coordenador de infraestrutura da campanha do tucano José Serra (PSDB), Sérgio Kobayashi.
Arlety é dona de 50% da Editora Gráfica Pana Ltda, localizada no bairro Cambuci, na capital paulista, onde o material estava sendo impresso.
A empresária Arlety é filiada ao PSDB desde março de 1991, segundo registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O ministro do TSE Henrique Neves concedeu liminar para a apreensão dos panfletos atendendo a representação do PT para apuração de crime de difamação. O PT também pede investigação sobre quem pagou a impressão do material.
Desde o começo de outubro impressos semelhantes aos apreendidos ontem já vinham sendo distribuídos em locais de concentração religiosa, como o santuário de Aparecida, em São Paulo.
Desculpa
Sérgio Kobayashi atribuiu a uma coincidência o fato de a gráfica Pana ter sua irmã como sócia.
Já a assessoria da campanha de Serra negou qualquer relação entre o candidato e a produção dos panfletos, nem por meio de encomenda, financiamento ou indicação de gráfica.
Responsável pelo contato com a gráfica, Kelmon Luís de Souza afirmou que encomendou 20 milhões de panfletos em nome da Diocese de Guarulhos e que o dinheiro para a impressão veio de “doações pesadas de quatro ou cinco fiéis”.
Nota da CNBB
Em nota à imprensa, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) disse que “não patrocina a impressão e a difusão de folhetos”.