São Paulo – Manifestantes convocados pela Frente Povo Sem Medo ocuparam na tarde de hoje (1º) o prédio do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Cerca de 4 mil pessoas realizaram no início da tarde passeata que saiu do Masp, na Avenida Paulista, até o local da ocupação, próximo ao metrô Consolação. Eles protestam contra a suspensão de parte do programa Minha Casa, Minha Vida pelo governo interino de Michel Temer.
Por volta das 15h, ao encontrar as portas do escritório fechadas, um grupo de 300 pessoas forçou a entrada. “Sem quebrar”, alertavam os primeiros que entraram. Em coro, os presentes gritam palavras de ordem como: “Não tem arrego, ou tira o Temer, ou não vai ter sossego”.
O restante dos manifestantes fechou a avenida no sentido Consolação. Já por volta das 16h, a Polícia Militar foi acionada e liberou a pista utilizando cassetetes e bombas de efeito moral. O momento foi de tensão e cinco pessoas foram detidas, entre elas uma mulher. O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, integrante da Frente Povo Sem Medo, classificou a ação como “covarde”.
Boulos afirmou que os trabalhadores sem-teto e da periferia de São Paulo, que ocuparam o escritório da Presidência, montaram acampamento na avenida contra os cortes na moradia feito pelo governo ilegítimo de Michel Temer. “O acampamento está aqui. Vamos ficar até que o governo reveja a questão das moradias. Se quiserem nos tirar, que venham com a força. Eles chegam em uma manifestação pacífica e prendem pessoas. E fazem a 500 metros da turma da Fiesp. Enquanto apanhamos, eles ficam lá com filé e tirando fotos com a polícia”, disse.
O governo interino anunciou no último dia 17, por meio do Ministério das Cidades, a revogação de portaria de contratação da modalidade Entidades do Minha Casa, Minha Vida. “Estamos aqui contra o cancelamento de contratações já feitas e também contra a repressão da Polícia Militar ao acampamento da Frente Povo Sem Medo na frente da casa do Temer. Este é o objetivo do ato de hoje”, afirmou Boulos.
“Não é com porrada, não é com polícia que vão fazer o povo recuar”, disse o ativista. No último dia 22, manifestantes da Frente e do MTST montaram acampamento nas proximidades da casa do presidente interino, na região de Pinheiros, zona oeste da capital paulista. Na madrugada seguinte, a Polícia Militar dispersou os ativistas com bombas de efeito moral e jatos de água.