Para Verdinho, vice-presidente do SMetal, o acordo só foi conquistado mediante a união e mobilização dos trabalhadores / Foto: Daniela Gaspari/Imprensa SMetal
Após quatro dias de produção totalmente parada, terminou, com vitória dos trabalhadores, a greve na Condex, que teve início na última segunda-feira, 29. Na tarde desta quinta-feira, 1, os representantes da empresa chegaram à uma proposta do Programa de Participação nos Resultados (PPR) para 2023 com crescimento de 66,62% em relação ao acordo do ano passado, que foi aprovado pelos metalúrgicos de mãos dadas, simbolicamente, e pôs fim à paralisação.
A negociação foi realizada pela diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) que, desde o primeiro momento, esteve ao lado dos trabalhadores da fábrica, encabeçando a luta e mobilizando a categoria. Além do PPR, foi garantido que todos que aderiram à greve estarão protegidos com 30 dias de estabilidade no emprego e que as horas referentes aos quatro dias de greve não serão descontadas dos trabalhadores.
“Negociamos 30 dias de estabilidade junto com a proposta de PPR. Porém, se após esse período houver qualquer demissão arbitrária ou motivada pelo movimento grevista, voltaremos na fábrica para realizar uma nova mobilização aqui na porta da Condex”, assegura Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), vice-presidente do SMetal e responsável pela tratativa com a empresa.
PPR 2023 e outras pautas
Com a aprovação da proposta, o PPR 2023 será pago em duas parcelas, sendo que a antecipação representa 62,5% do valor total do Programa e já está garantida, com pagamento previsto para junho deste ano. Já a segunda parcela, que é atrelada às metas, será discutida com a participação de uma Comissão de PPR, após eleita por quem trabalha na fábrica e conhece a realidade da produção.
Para Verdinho, o acordo só foi conquistado mediante a união dos trabalhadores. Ele também afirma que essa greve deu musculatura para futuras reivindicações. “Há muito tempo existem pautas represadas nessa empresa e, depois dessa importante mobilização, esperamos que a fábrica comece a respeitar, levar a sério as demandas colocadas aqui por eles”, afirma.
Outra reivindicação atendida foi a retomada imediata do desjejum dos metalúrgicos, que havia sido cortado de forma arbitrária. Além disso, será criada uma agenda permanente de negociação para debater outras pautas, como reajustes no vale-alimentação e no vale-transporte e melhorias no convênio médico.
A Condex fabrica cabos e fios elétricos, fica no bairro Iporanga, em Sorocaba, e tem cerca de 180 trabalhadores.
