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FEM rejeita proposta de reposição do INPC das bancadas patronais

Todas as bancadas patronais apresentaram na semana passada 6,35% como proposta de reajuste salarial. As rodadas aconteceram nas sedes das entidades patronais na quarta, quinta e sexta

Imprensa FEM-CUT
Adonis Guerra/Imprensa FEM-CUT

Valmir Marques, presidente da FEM-CUT, vai mobilizar as bases pelo aumento real

Todas as bancadas patronais da base da FEM-CUT/SP (boxe abaixo) apresentaram na semana como proposta de reajuste salarial 6,35% (reposição integral da inflação da data-base da categoria metalúrgica, 1º de setembro, calculada pelo INPC do IBGE). As rodadas aconteceram nas sedes das entidades patronais na quarta, quinta e sexta-feira, dias 17, 18 e 19.

A FEM-CUT/SP e os sindicatos metalúrgicos filiados rejeitaram e reforçaram que só fecharão acordos com os setores com aumento real. “As empresas deram um bom passo ao proporem o 100% do INPC, no entanto, esse índice está distante do que a categoria anseia. Queremos o melhor aumento real possível”, conta o presidente da Federação, Valmir Marques da Silva, Biro-Biro.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, ressalta que o compromisso dos sindicatos metalúrgicos com a categoria é o ganho real. “Temos uma grande responsabilidade neste momento: o Brasil segue crescendo e gerando empregos. É nas campanhas salariais que têm havido grande parte deste movimento de distribuição de renda no País. Não podemos, mesmo sabendo das dificuldades neste ano, interromper este processo”, frisa.

A Federação tem como estratégia não divulgar o índice de ganho real, em razão que este valor é negociado e conquistado na mesa de negociação.

Negociação e mobilizações

As negociações com as bancadas patronais continuarão na próxima semana. Paralelamente, os sindicatos metalúrgicos filiados darão continuidade às mobilizações nas bases. Já estão acontecendo diariamente assembleias prolongadas nas portas das fábricas do ABC paulista, Sorocaba, Pindamonhangaba, Salto, Itu, Taubaté, São Carlos, Matão e Monte Alto.

Nos dias 9 e 11 de setembro, a FEM-CUT protocolou comunicados de greve para todas as bancadas, que determinam, que após o prazo de 48 horas, os cerca de 215 mil metalúrgicos em Campanha Salarial na base da FEM poderão entrar em greve geral por tempo indeterminado.

Em Pindamonhangaba, os metalúrgicos na Tenaris Confab, empresa ligada ao setor de máquinas (Grupo 2), completaram nesta sexta-feira (19) quatro dias de paralisação. Uma assembleia será realizada na segunda-feira (22) para avaliar os rumos do movimento.

Base FEM em Campanha

Neste ano estão sendo negociadas as cláusulas econômicas, porque as sociais têm validade de dois anos e valem até 31 de agosto de 2015. As reivindicações deste ano são: reposição dos salários pelo índice integral da inflação; aumento real de salário; valorização dos pisos; licença-maternidade de 180 dias para os grupos patronais que ainda não concedem este benefício às trabalhadoras (No Grupo 8 e Estamparia a cláusula é “facultativa” e a FEM quer que se torne um direito garantido e no G10 a cláusula assegura 150 dias) e redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução no salário.

Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)
Total:89,139 mil
Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)
Total: 51,531 mil
Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários,
rodoviários entre outros)
Total: 41,872 mil
Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros)
Total: 23,825 mil
Estamparia
Total: 5,337 mil
Fundição
Total: 3,941 mil
Total: 215, 645 mil metalúrgicos em Campanha. Lembrando que a FEM-CUT/SP representa
251 mil metalúrgicos na base (neste dado estão incluídos os setores aeroespacial e montadoras)

Fonte dos dados: Subseção do Dieese da FEM-CNM/CUT

Entrega de pauta às bancadas patronais: 16 de junho

Ganhos reais

Nos últimos 11 anos, o ramo metalúrgico cutista no Estado de São Paulo acumula ganhos reais (acima da inflação) – calculado no período de 2002 a 2013 — de 28,99% a 37,34%. As médias de ganhos reais acumuladas na base FEM de 2002 a 2013 oscilaram entre 2,15% (Grupo 3), 2,30% (Estamparia e Grupo 10), 2,32% (Fundição), 2,36% (Grupos 2 e 8) e 2,94% (Montadoras).

Reajuste com ganho real de 2010 a 2013

2010 Montadoras: (10,81% sendo 6,26% de ganho real) e (9% sendo 4,52% de ganho real) nos setores do G10, G8, Fundição, G2, G3 e Estamparia
2011 (10% sendo 2,42% de ganho real): Montadoras e G10, G8, Fundição, G2, G3 e Estamparia
2012 (8% sendo 2,5% de ganho real) G10, G8, Fundição, G2, G3 e Estamparia
2013 (8% sendo 1,82% de ganho real): G10, G8, Fundição, G2, G3 e Estamparia
OBS.: A FEM-CUT/SP celebrou Convenção Coletiva de Trabalho com o Sinfavea em 2009. A partir da data-base de 2011/2012, iniciaram as negociações entre os sindicatos e empresas.

Dados da Subseção do Dieese na FEM-CUT/SP e CNM/CUT

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