A estratégia da base aliada de Temer no Senado de votar a reforma trabalhista o mais urgentemente possível teve problemas nesta quinta-feira. Lido pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), o pedido de urgência acabou sendo retirado pelo líder Romero Jucá por falta de quorum. Mas ele pretende reapresentar e votar na próxima terça-feira. Caso consiga, a emenda que retira direitos dos trabalhadores poderá ser votada após duas sessões do Senado, que podem ocorrer no mesmo dia. A oposição tentará segurar essa votação com recursos regimentais.
Como forma de se manter no poder, apesar da crise política por que passa, Temer e sua base aliada pretendem aprovar a reforma antes que mais aliados mudem de posição. Na Comissão de Assuntos Sociais, por exemplo, o relatório da reforma foi derrotado com votos de dois senadores aliados. Perguntado pela Agência Brasil, o líder Jucá não quis arriscar um placar para a votação, mas acredita que o governo terá número suficiente para a aprovação do projeto. Sobre as dissidências no próprio PMDB, disse que na bancada 17 senadores disseram apoiar a proposta e cinco são contrários.
Votação em comissões — Aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça, CCJ, com o voto da senadora Marta Suplicy (leia aqui), o relatório desse projeto foi derrotado na Comissão de Assuntos Sociais, CAS, com o voto dos senadores Hélio José (PMDB), Eduardo Amorim (PSDB) e Otto Alencar (PSD), da base de Temer.