O que os modelos epidemiológicos têm em comum com as redes sociais? De acordo com estudo realizado por engenheiros da Universidade Princeton, existe uma correlação matemática entre adoção e abandono de sites como Facebook e MySpace com a expansão de infecções e recuperação dos doentes.
“A aplicação do modelo sugere que o Facebook vai sofrer um rápido declínio nos próximos anos, perdendo 80% do seus usuários no período de pico entre 2015 e 2017”, dizem os pesquisadores John Cannarella e Joshua A. Spechler, do Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da Universidade Princeton.
Para validar a hipótese, os pesquisadores consideraram dados públicos de buscas pelo termo “MySpace” no Google e os relacionaram com o ciclo de vida da rede social. Fundado em 2003, o site alcançou o pico em 2008, com 76 milhões de visitantes únicos mensais, mas caiu na obscuridade em 2011.
Segundo os autores, a aplicação da dinâmica epidemiológica é pertinente, pois tipicamente os usuários ingressam em redes sociais por causa de amigos que já participam, da mesma forma que o contágio se dá pelo contato com pessoas doentes. O abandono das redes segue a lógica contrária, com as pessoas perdendo interesse à medida que os conhecidos deixam de participar.
Esse não é o primeiro estudo que aplica padrões epidemiológicos para compreender questões além das doenças. Estudos anteriores correlacionaram modelos de contágio com a divulgação e desaparecimento de ideias.
“Os dados de buscas sugerem que o Facebook já alcançou o pico de sua popularidade e entrou na fase de declínio, evidenciada pela redução no número de buscas após 2012”, diz o estudo.