Sorocaba teve dois meses de crescimento das exportações, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em julho, a cidade enviou ao exterior US$ 116.204.229 em produtos, ante US$ 91.066.568 do mês anterior, o que representou avanço de 27,6%. Já em agosto, as exportações chegaram a US$ 122.092.135, volume 5% superior. No acumulado do ano (janeiro a agosto), Sorocaba registrou aumento de 2,9% no total exportado, chegando a US$ 869.489.569.
Os valores são todos livres de impostos e taxas. O resultado se deve à ampliação das relações econômicas com outros países, como Austrália, que importou 648% a mais neste ano que no mesmo período de 2015. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Geraldo Almeida, as indústrias locais têm buscado novos mercados.
O crescimento das exportações da indústria sorocabana, na avaliação do economista Adilson Rocha, professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), seguem uma tendência de todo o País. O Brasil registrou superávit nas últimas semanas, com o aumento da remessa de diferentes produtos ao exterior. Entre os segmentos com ampliação nas exportações, estão os suprimentos de autopeças. “O mercado está abrindo para o País, pois está mais favorável e Sorocaba entra nesse vácuo”, afirma Rocha.
Segundo o economista, o cenário político está se acalmando, o que passa maior tranquilidade aos investidores. “A gente começa a perceber que o mercado está sinalizando que as coisas estão melhorando”, acredita. No entanto, Rocha destaca que o cenário ainda está longe dos melhores momentos econômicos vividos pelo País. “Ainda não está como deveria.” O próprio fato de o dólar estar favorável também demonstra que as exportações deveriam ser maiores. “O dólar favorece mais as exportações e melhora o resultado”, acrescenta.
Outros países
No acumulado de janeiro a agosto, os dois principais países de destino dos produtos de Sorocaba, Argentina e Estados Unidos, compraram menos do que no mesmo conjunto de meses do ano passado. O país vizinho reduziu em 2,4% o volume monetário de importações da cidade, passando de US$ 312.194.501 para US$ 304.712.942. Já as exportações para os EUA caíram 10,78%. Em valores, passou de US$ 218.236.094 nos oito primeiros meses de 2015 para US$ 194.699.770 até o mês passado.
Por outro lado, países que tinham menor participação na balança comercial sorocabana agora ampliaram a importação de insumos locais. Somente a Austrália ampliou de US$ 3.481.967 para US$ 26.054.363 o volume despendido com bens produzidos na cidade. Ou seja, houve aumento de 648%. O MDIC não informa, no entanto, quais são esses bens. México, Chile, China e Peru foram outros que passaram a comprar mais de Sorocaba.
Na avaliação de Geraldo Almeida, secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, o aumento da participação desses e de outros países nas exportações se deve à busca dos empresários locais por novos mercados. “A crise empurra para buscar grandes mercados e encontra onde se menos imagina”, avalia, acrescentando que o empresariado tem feito a lição de casa. “A Austrália é um grande mercado, a China é um mundo. Tem que olhar um pouco fora da caixa, porque temos condições de exportar e os produtos de Sorocaba são de excelente qualidade”, diz Almeida.