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Exportações crescem apenas 3,5% no 1º semestre em Sorocaba

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações da indústria sorocabana fecharam o 1º semestre de 2016 com crescimento de 3,57% em relação ao período de 2015

Jornal Cruzeiro do Sul/Anderson Oliveira
ERICK PINHEIRO

A importação de insumos por empresas de Sorocaba também caiu no semestre

Apesar do dólar favorável, as exportações da indústria sorocabana fecharam o primeiro semestre deste ano com crescimento de apenas 3,57% em relação ao mesmo período de 2015, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A cidade enviou US$ 631.244.080 — valor livre de impostos e taxas — em produtos para mercado externo de janeiro a junho. No ano passado, haviam sido US$ 609.511.703. A queda de 27,95% nas exportações de junho em relação a maio, de US$ 126.391.699 para US$ 91.066.568, refletiu em um resultado mais próximo de 2015. Para o economista Lincoln Diogo Lima, a desaceleração da economia mundial inviabiliza o aumento das exportações brasileiras.

O mês passado foi o segundo pior para as exportações do município no ano. O montante supera apenas janeiro, quando as empresas remessaram US$ 70.668.474 ao exterior. Desde aquele momento, contudo, Sorocaba apresentou exportações maiores. O melhor resultado foi em maio, quando as transações para o exterior somaram US$ 126.391.699. Esse montante só não superou julho do ano passado, que foi de US$ 135.495.097.

O economista ressalta que, mesmo com o câmbio favorável, o Brasil não tem conseguido vender para o exterior como se esperava. “A balança comercial brasileira está fechando abaixo do ano passado”, observa. Segundo ele, um dos fatores responsáveis é a desaceleração da economia também em outros países. “Desde a crise de 2008 o mundo não cresce na mesma taxa de antes”, avalia.

Lima cita os casos de China, cuja economia não tem crescido como antes, e os Estados Unidos, que ainda não se recuperaram totalmente da crise de 2008. No caso dos EUA, há impactos consideráveis na economia sorocabana. O país é o segundo maior comprador de produtos fabricados na cidade, observa o economista. Os dados do MDIC comprovam a avaliação. No primeiro semestre de 2015, os norte-americanos compraram US$ 153.491.524 de Sorocaba. Em 2016, o valor retrocedeu para US$ 136.186.279. A queda foi de 11,27%.

Outra avaliação, de acordo com Lima, é de que a alta do dólar ainda não refletiu nas negociações feitas pelos empresários locais no exterior. “A mudança do câmbio demora para reagir. Ele valorizou, mas os empresários estão aguardando para ver como vai ficar”, acredita. Além disso, pondera o economista, a moeda norte-americana teve retração nos últimos meses. No ano passado, o dólar chegou a ultrapassar os R$ 4, mas em junho fechou a R$ 3,21.

Importações menores

A compra de produtos e insumos de outros países por empresas sorocabanas caiu 28% no primeiro semestre deste ano. Até agora, em valores monetários, Sorocaba importou US$ 855.552.759. O mês de junho foi o que teve menor aquisição de itens do exterior, com US$ 137.715.916. A balança comercial da cidade costuma sempre ser negativa, por causa da importação de insumos e componentes que são incorporados a mercadorias vendidas no mercado interno — produtos químicos ou circuitos eletrônicos, por exemplo.

Conforme o MDIC, houve queda nas importações de praticamente todos os países que tem alguma relação comercial com a cidade. Apenas da China, a queda foi de 19%, com as importações passando de US$ 267.567.497 para US$ 216.479.211. A compra de produtos dos Estados Unidos, por sua vez, caiu 25%. Eram US$ 139.161.923 e chegaram a US$ 104.027.440 no primeiro semestre. O terceiro principal país é a Alemanha, cuja queda foi de 31%, passando dos US$ 139.327.359 para US$ 95.609.468.

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