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Estudo comprova que mulheres metalúrgicas ganham menos que os homens

Um estudo realizado este mês pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos revelou que a desigualdade entre homens e mulheres na categoria metalúrgica

Imprensa SMetal
Elaboração: Subseção Dieese Metalúrgicos de Sorocaba

Os salários das mulheres metalúrgicas da região são, em média, 36,9% menores do que o dos homens; desigualdade ocorre em todo país

Um estudo realizado este mês pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese) revelou que a desigualdade entre homens e mulheres na categoria metalúrgica da região de Sorocaba, a exemplo do que ocorre em quase todo o país, ainda é grande. Os salários das mulheres metalúrgicas da região são, por exemplo, em média 36,9% menores do que os dos homens.

Dos 43 mil trabalhadores que formam a categoria metalúrgica na região, 8.321 (ou 19,35%) são mulheres. Segundo o estudo, o setor de produção no ramo metalúrgico que mais emprega mulheres é o de fabricação de equipamentos de informática e produtos eletrônicos, com 34,9% do total de trabalhadoras. Entre os que menos empregam mulheres está o setor de metalurgia básica, com 2,6% do total.

A faixa etária de mulheres predominante na categoria é de jovens de até 29 anos, que representam 45,9% do total.
Com relação aos salários, em todos os setores as mulheres ganham menos do que os homens. No setor de fabricação de máquinas e materiais elétricos, por exemplo, as trabalhadoras ganham 52,74%, em média, menos do que os trabalhadores.

Na maioria dos outros setores, a diferença salarial é de 31% a 45% a menos para as mulheres. A menor diferença está na fabricação de equipamentos para informática e produtos eletrônicos, onde as trabalhadoras ganham 6,87% menos do que os homens e representam aproximadamente metade do quadro de funcionários dessas fábricas.

Motivos salariais

Para o economista Fernando Lima, coordenador do estudo, o salário mais baixo das mulheres se deve ao fato de ainda ser reduzido o número de trabalhadoras que ocupam cargos de comando ou melhor remunerados na categoria.
Na opinião da sindicalista Kátia Silva Lucas, o fato de a maior parte das mulheres metalúrgicas estar empregada em fábricas que praticam alta rotatividade (troca constante de funcionários), como algumas empresas de eletroeletrônicos, também contribui para o rebaixamento salarial.

Escolaridade e salários

A faixa de remuneração das mulheres metalúrgicas, como também em geral acontece com os homens, está diretamente relacionada com o grau de escolaridade. A remuneração média das trabalhadoras que concluíram apenas o 4º ano do ensino fundamental (e representam 0,33% do total de mulheres da categoria) é de R$ 930,17.

Já o salário das mulheres com ensino fundamental completo (3,52% do total) é, em média, de R$ 1.263,77. Para trabalhadoras que têm o ensino médio completo (57,43%), o salário médio sobe para R$ 1.517,58. No caso das mulheres metalúrgicas com ensino superior completo (26,8% do total) a remuneração média salta para R$ 3.711,27.

Conquistas sociais

“Embora tenhamos observado alguns avanços para as trabalhadoras nos últimos anos, como o maior acesso ao ensino e uma legislação mais avançada, ainda temos muito que conquistar para falarmos em igualdade”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Ademilson Terto da Silva.

O estudo do Dieese – Subseção Metalúrgicos de Sorocaba teve como bases de informações os registros oficiais da RAIS de 2011 e do CAGED de 2013.
Leia mais sobre o estudo em www.smetal.org.br

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