O emprego na indústria paulista de transformação deve seguir numa trajetória ascendente nos próximos meses e a previsão de desaceleração no setor de açúcar e álcool não será suficiente para interromper as contratações, uma vez que a abertura de vagas já ocorre de forma mais disseminada. Apesar disso, a indústria só deve retomar os níveis do pré-crise no final do ano.
Em abril, o nível de emprego no setor registrou uma queda de 0,56%, sendo a primeira variação mensal negativa desde agosto de 2009, segundo números divulgados hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Com ajuste, o indicador teve expansão de 1,27%, com a criação de 27,5 mil postos de trabalho. No confronto com o mesmo período de 2009, houve um aumento de 2,11%, o que significou a geração de 47 mil vagas. Já no acumulado do ano, o nível de emprego saltou 4,96%, com a abertura de 107,5 mil empregos.
O resultado de abril na série sem ajuste, explicou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, foi influenciado por um recuo no ritmo de contratações nas colheitas de açúcar e álcool. Mesmo assim, o setor ainda respondeu por 47,3% das vagas abertas no período.
“A desaceleração ocorreu, em parte, porque neste ano as contratações para açúcar e álcool aconteceram mais cedo. O setor sofreu forte ajuste por causa da crise financeira mundial, que se deu com o aumento da produtividade dos recursos disponíveis. Além disso, tem a mecanização da colheita que vai ocupando cada vez mais espaço e deve continuar na indústria paulista”, ressaltou Francini.
Mesmo assim, o diretor da Fiesp observou que o emprego no segmento continua em ascensão e de forma generalizada. Tanto é que, dos 22 setores analisados no mês passado, 19 realizaram contratações, um demitiu e dois apresentaram estabilidade. Trata-se do melhor desempenho para o período desde 2006, com 86% de variação positiva.
Entre os setores avaliados, destaque para fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com alta de 8,3%, e produtos alimentícios, que avançou 4,8%. Na outra ponta, aparece produtos de minerais não-metálicos, com retração de 0,2%.
Fonte: Valor