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Em São Paulo, uma cesta básica custa em média R$639,00

Estudo divulgado nesta semana pelo Dieese mostra leve queda dos preços em algumas capitais; paulistanos seguem pagando até R$639,00 em uma cesta com produtos básicos como café, arroz e leite

Imprensa SMetal
Divulgação
Um trabalhador brasileiro terá comprometido cerca de 62% do seu salário para ter o que comer

Um trabalhador brasileiro terá comprometido cerca de 62% do seu salário para ter o que comer

Enquanto a equipe econômica do governo federal planeja um novo ciclo do Auxilio Emergencial no valor de, até, R$375,00, os preços dos alimentos básicos disparam em diversas capitais no país. Segundo um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em São Paulo uma cesta básica com produtos do dia-a-dia como carne bovina, café, arroz, feijão, leite, farinha de trigo, manteiga, pão francês, banana, tomate, óleo de soja e açúcar custa, em média, R$639,00.

Um trabalhador brasileiro terá comprometido cerca de 62% de um salário mínimo para ter o que comer. São necessárias 127 horas e 53 minutos de trabalho para que se possa ter acesso aos produtos de uma cesta básica. “Se o trabalhador destina mais da metade do seu salário para ter o que comer, como ele vai pagar o seu aluguel? Vestir a si mesmo e sua família? É um cenário triste e extremamente preocupante, porque vemos certa negligencia dos líderes do governo e sempre com aqueles que mais precisam”, comenta o presidente reeleito do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares.

Os impactos para os mais pobres será igualmente preocupante. Segundo dados do Ministério da Cidadania, um terço da população brasileira (62 milhões de pessoas) recebeu o Auxílio Emergencial em 2020. Deste montante, 55% dos beneficiados eram mulheres entre 18 a 34 anos. Com o final da assistência, que era de R$600,00 (ou de R$1200 para mães solo com pelo menos um filho), especialistas veem o cenário se agravar.

Para o economista Fernando Lima, da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o primeiro impacto dessa realidade é a repercussão humanitária. “Com esse valor insuficiente para se alimentar, as pessoas não terão outra opção a não ser se arriscar em busca de uma oportunidade de rendimento, normalmente em condições precárias para que possa sobreviver”, comenta Fernando.

Ele explica ainda que, como outro efeito imediato, poderemos ver reflexos no comércio local (principalmente os alimentícios localizados nos bairros periféricos) e o aumento da inadimplência da população, além de afetar diretamente o setor de serviços básicos e impactar na arrecadação municipal.

Por conta dessa situação, a diretoria do SMetal defende o Auxílio Emergencial para os que mais precisam. “É necessário nos indignarmos em situações de desigualdade e descaso. Ajudaremos a região no que estiver ao nosso alcance, pois esse é um compromisso como Sindicato Cidadão, mas o governo tem obrigação de atender à todos. Além de assistência financeira, vacinar a nossa população é uma urgência”, defende o secretário de organização do Sindicato, Izídio de Brito.

Conheça os preços e variações da cesta básica dos estados brasileiros:

Divulgação Dieese
Estudo mostra variação da cesta com produtos básicos em capitais brasileiras

Estudo mostra variação da cesta com produtos básicos em capitais brasileiras

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