Foi divulgado na manhã desta quarta-feira, dia 9, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do mês de janeiro de 2022, que teve um crescimento de 0,67%. O resultado é o maior para o mês de janeiro desde 2016.
Em cinco meses, desde a última data-base dos metalúrgicos da CUT (setembro de 2021), a perda da categoria com a inflação está acumulada em 4,68%. Se compararmos com o mesmo período do ano passado, o índice utilizado nas negociações salariais da categoria estava em 4,52%. Os dados são da subseção Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba.
Segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os produtos alimentícios aceleraram de 0,76% em dezembro para 1,08% em janeiro. Já os não alimentícios tiveram alta menos intensa que a do mês anterior, passando de 0,72% em dezembro para 0,54% em janeiro.
Para chegar ao INPC, o IBGE analisa as variações de preços da cesta de consumo da população assalariada com mais baixo rendimento (famílias que recebem de um a cinco salários mínimos). Ele é verificado em 10 regiões metropolitanas.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, o atual cenário é resultado da incompetência do governo Bolsonaro. “Sem um governo preocupado em lidar com a situação, quem paga maior preço nessa história é o trabalhador brasileiro e, especialmente, a população mais pobre, que vê o seu dinheiro não dar para quase nada. Não por acaso, vemos a fome voltar a ser notícia porque o peso maior do orçamento do mês está nos produtos alimentícios. Cada vez mais, as pessoas têm dificuldades para fechar as contas do mês”.
Campanha Salarial 2022
Sobre a data-base da categoria para 2022, o secretário de finanças da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT), Adilson Faustino (Carpinha), membro da diretoria do SMetal, alerta que ainda é muito cedo para criar qualquer expectativa sobre as negociações econômicas.
“Estamos acompanhando o índice mês a mês e, até o momento, temos observado um cenário similar ao de 2021. Porém, seja qual for o índice, alto ou baixo, já sabemos que os patrões sempre dão um jeito de reclamar e tentam a qualquer custo negociar um reajuste abaixo das expectativas da categoria”, comenta.
Ele lembra que nos últimos anos foi a pressão dos metalúrgicos que evitou perdas salariais à categoria. “Historicamente, a categoria metalúrgica é uma das mais fortes do país. Mesmo diante dos ataques às entidades sindicais, é essa força que faz a diferença na hora que sentamos para negociar com as bancadas patronais”, diz Carpinha.
Leandro destaca que, seja qual for o cenário, o SMetal está pronto para defender a categoria. “Nosso compromisso é sempre buscar a valorização dos trabalhadores metalúrgicos e, o apoio da categoria, estaremos firmes na luta para garantir seus direitos”, finaliza.