Faltando pouco menos de um mês para fechar a data-base de 2022, em 1º de setembro, os metalúrgicos acumulam 9,16% de perdas com a inflação. O resultado leva em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período – de setembro de 2021 a julho deste ano.
O INPC, que é calculado com base nas variações de preço da cesta básica de consumo da população assalariada com os mais baixos rendimentos (de um a cinco salários mínimos), teve queda de -0,60% em julho. De acordo com Fernando Lima, economista da subseção do Dieese do SMetal, a deflação registrada se deve, principalmente, pela queda nos preços dos combustíveis.
“O maior percentual dessa queda está no grupo de transporte, com -4,44%. Ainda assim, o grupo alimentação e bebidas registrou aumento de 1,31%, ou seja, a deflação se concentra principalmente nos preços dos combustíveis. Isso faz com que aquelas pessoas que não necessitam da aquisição dos combustíveis não tenham percebido o aumento do seu poder aquisitivo e continuem vendo o custo de vida alto”.
Mesmo nesse cenário, o índice da data-base deve fechar em alta. Para o presidente interino do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Silvio Ferreira, medidas com caráter eleitoral não são suficientes para resolver a prolongada crise econômica do país.
“O que vemos é Bolsonaro lançar mão de algumas atitudes que têm efeito momentâneo e com prazo para acabar, numa clara tentativa de melhorar a sua imagem à medida que chegam as eleições. Mesmo que a gasolina tenha o preço diminuído, ainda continua mais cara do que há tempos atrás. Somente esse ano, o leite subiu mais de 70% e a cesta básica sorocabana custa R$ 1.112,62, quase um salário mínimo . Ou seja, o custo de vida segue pesando no bolso do trabalhador”.
Silvio completa que é preciso buscar uma Campanha Salarial que seja justa para os metalúrgicos. “São os trabalhadores e trabalhadoras que garantem a produção nas fábricas e, por isso, trabalhamos para que as negociações cheguem a um reajuste salarial de acordo com o papel importante que desempenham”.
Erick Silva, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), lembra que não existe nenhuma lei que obrigue os empresários a conceder reajuste salarial. “O que faz com que isso aconteça é mobilização e luta da FEM, dos sindicatos e dos trabalhadores. Estamos prontos para buscar a valorização dos metalúrgicos e lutar por reajuste digno nos salários, devolvendo o poder de compra dos trabalhadores. Além disso, vamos trabalhar firme pela renovação das Convenções Coletivas de Trabalho, que garantem importantes direitos. É nosso compromisso conquistar o melhor acordo para a categoria”, finaliza ele.