Os dramas e estruturas revelados no filme “Eles Não Usam Black-tie”, lançado em 1981, seguem presentes no dia a dia dos trabalhadores e trabalhadoras.
Esta é a opinião unânime do secretário de organização do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Izídio de Brito, e do ex-presidente da entidade, o professor de história Geraldo Titotto. Ambos foram os mediadores do longa exibido, na noite desta quinta-feira (25), Cine SMetal.
Aos presentes na exibição do filme, que marcou também a programação especial em comemoração aos 70 anos do sindicato, Titotto disse que o longa ainda é muito atual.
Presidente do SMetal de 1989 a 1992, ele acredita que se a voz dos trabalhadores fosse mais ouvida, o país seria outro. “Não existe transformação em nenhum nível que não passe pelo trabalhador”, afirma.
Ainda conforme Titotto, os sindicatos têm um compromisso histórico com o país, pois é por meio deles que o coletivismo é fortalecido e o individualismo – uma concepção burguesa de sociedade – acaba enfraquecido.
Izídio, presidente do Sindicato durante quase dez anos – 1998 a 2007 – e ainda dirigente da gestão atual, concorda e acrescenta que a luta de classe é contínua.
“O capitalismo usa de todas as formas de violência, entre elas a mental, para acabar com os movimentos do trabalhador”, ressalta. “Por isso, o filme ‘Eles Não Usam Black-tie’, lançado na década de 1980, é muito atual para os dias de hoje”, conclui.
Curadora do Cine SMetal, Renata Rocha classifica o bate-papo com Izídio e Titotto como uma “verdadeira aula”.
“O filme retrata as angústias e os anseios da luta da classe metalúrgica. Vai muito ao encontro da experiência dos nossos debatedores e de tudo o que eles viveram e viram em todos esses anos de contribuição sindical”, completa.
Próxima sessão
Renata aproveitou para anunciar que a próxima sessão do Cine SMetal, realizado no auditório do sindicato, será em 2 de maio, às 19h. Na ocasião, será exibido o filme “7 Prisioneiros”. O longa de 2021 conta a história de Mateus, um rapaz humilde de uma cidade pequena, que aceita trabalhar em um ferro velho em São Paulo. Quando percebe que foi enganado e caiu em uma rede de trabalho escravo, decide se unir ao captor e se tornar seu braço direito, mesmo sofrendo com grandes conflitos morais.
Os mediadores deste filme serão o presidente do SMetal, Leandro Soares, bem como o desembargador João Batista Martins César, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. A entrada é gratuita, mas o SMetal pede a quem puder contribuir a doação de um quilo de alimento não perecível. Os mantimentos são destinados às entidades cadastradas no Banco de Alimentos de Sorocaba (BAS).
Sobre o Cine SMetal
Lançado o ano passado, o Cine SMetal tem a proposta de ampliar o acesso dos trabalhadores e trabalhadoras em atividades e espaços culturais. A iniciativa recebe apoio do campus Sorocaba do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) e do Depois Bar e Arte.
Os interessados em exibir produções cinematográficas no Cine SMetal podem entrar em contato pelo WhatsApp (15) 99707-0999 ou e-mail [email protected], para falar com a curadora Renata Rocha.