O 1º de abril deste ano não teve graça. Não teve o tom de brincadeira, como antes. Vivemos numa sociedade que já não distingue o que é verdade e o que é mentira.
Tanto é assim que hoje existem diversas agências e ferramentas jornalísticas para desmascararmos o que é fake news.
Podemos fazer o fact-checking (checagem dos fatos) pela “Agência Lupa”, pelo “Fato ou Fake”, “Comprova”, “Agência Pública-Truco”, “Aos Fatos”, “Boatos.org.br”, entre outros sites.
Mas, no dia a dia, raramente são consultados os memes, cards, mensagens enviadas pelas redes sociais, como WhatsApp.
Quando lemos uma notícia de que “Planalto comemora e divulga vídeo que comemora golpe de 64” é verdade ou mentira? Fato ou fake? Uma consciência cidadã e humana quer acreditar ser mentira, mas no lodo que promove o atual governo essa aberração é fato real.
Com o golpe em 31 de março de 1964 instalou-se no Brasil uma ditadura civil-militar que se prolongou por 21 anos, causando censura, repressão, tortura e assassinatos.
Atualmente, você conhece alguém que milita no movimento negro? Ou em movimento de mulheres contra a violência doméstica? Acredita que essa pessoa deveria ser presa e torturada por se opor ao racismo ou ao feminicídio?
Era isso o que ocorria com os defensores de direitos humanos no Brasil, engajados em movimentos sociais, sindicais ou meros estudantes.
Fazer teatro, fazer composições como as de Chico Buarque, gritar contra a opressão era ato perigoso. Caminhar à noite, sozinho ou em grupo, com livro na mão, também.
Os sindicatos, assim como os jornais, viviam com censores, que mandavam e desmandavam. Daí as receitas culinárias nas capas dos jornais e a anulação de greves nesse período.
Quem em sã consciência pode querer comemorar uma ditadura, onde nenhum direito é respeitado? Que lugar é esse onde se aplaudem torturadores, que violentavam mulheres, pais de família e que ameaçam vidas em cada esquina?
Quando a sociedade brasileira, nós como cidadãos, exigiremos respeito à dignidade humana? Quando voltaremos a aplaudir os lutadores do povo, a desejar uma sociedade menos desigual e a comemorar o fim da exploração?
Nós, do SMetal, gritamos em alto e bom som: ditadura nunca mais! Não só gritamos como agimos no nosso dia a dia contra a discriminação, contra o assédio moral, a favor da vida, por um mundo novo possível.
Ao invés de um cale-se queremos o diálogo, ao invés do exílio queremos esperança, ao invés de armas, queremos educação, ao invés da precarização, queremos trabalho digno! Nossa caminhada é por um horizonte mais humano e fraterno!