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EDITORIAL: Se unir o bicho foge

Ninguém segura a história. O editorial da Folha Metalúrgica nº 935 aborda a importância das manifestações contra os cortes na Educação e a Reforma da Previdência para barrar os ataques aos direitos

Imprensa SMetal
Divulgação/Levante Popular da Juventude
Mobilizações por todo o País demonstraram a indignação do povo brasileiro contra os cortes na Educação e pelo direito à aposentadoria digna

Mobilizações por todo o País demonstraram a indignação do povo brasileiro contra os cortes na Educação e pelo direito à aposentadoria digna

Já dizia o cartunista Laerte com seus traços “Se correr o bicho pega; se ficar o bicho come; se unir o bicho foge”. Por isso, as centrais sindicais marcaram a greve geral para o dia 14 de junho, para mostrar a indignação do povo contra o desemprego e pelo direito à aposentadoria digna.

Já nos disseram que era preciso a Reforma Trabalhista para gerar empregos. Mentira. Era preciso para que os empresários se sentissem mais à vontade para promover a precarização e para demitir sem prévia comunicação com o sindicato.

É o caso da empresa Wobben, que acaba de demitir mais de 20% de seu quadro de trabalhadores. Antes da reforma, o sindicato poderia reverter na justiça. Mas, a nova legislação, aprovada com a compra dos deputados e a toque de caixa, permite que as empresas façam demissões em massa sem negociação com os representantes dos trabalhadores.

Agora, o governo quer cortar investimentos na educação básica e nas universidades públicas. Ele quer também eliminar as normas regulamentadoras (NRs), que foram criadas para prevenir acidentes de trabalho. Ele afirma que é parte da reestruturação fiscal. Assim como na Reforma Trabalhista, o governo chama de “modernização”.

Quando o governo começará a cortar o privilégio das corporações financeiras, os bancos, que lucram com o Brasil, acima de todos? Em artigo recente do jornal inglês Washington Post mostra os Estados Unidos escandalizados com os 21% ao ano que os bancos cobram de juros sobre cartão de crédito. Com razão, há dez anos eram 12%. No Brasil, é acima de 300%, alerta o economista e professor da PUC/SP, Ladislau Dowbor.

Quando o governo cobrará taxas de jatinhos, iates e helicópteros? Por que só nosso carro popular tem que pagar imposto?

A Reforma da Previdência quer acabar com a aposentadoria especial, dificultar os trabalhadores a terem aposentadoria, ainda, rebaixar o valor do benefício. Por que mexer na aposentadoria daqueles, que na média, não recebem mais que R$ 1.400?

Não é à toa que a mobilização da Educação (pública e privada) foi endossada pelas centrais sindicais que, empenhadas na coleta de assinaturas contra a proposta perversa da previdência, consideraram a greve deste dia 15 de maio um “esquenta” para a greve geral de 14 de junho.

Essa união deve ser mantida para que tenhamos sempre no horizonte nossas reais bandeiras de luta: o direito ao emprego, de ir trabalhar e voltar para a casa com saúde e segurança e de poder estudar para pensar melhor sobre qual Brasil queremos!

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