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OPINIÃO

EDITORIAL: O desafio é grande, mas podemos vencer essa luta

Editorial da Folha Metalúrgica nº 961 traz um resumo das principais lutas do ano passado e os desafios da classe trabalhadora para 2020, especialmente por políticas de geração de emprego com qualidade

Imprensa SMetal
Arte: Cassio Freire / Fotos: Foguinho Imprensa SMetal
Mesmo com o fechamento de postos de trabalho na categoria e retirada de direitos, o SMetal se manteve sempre à frente da lutas dos trabalhadores

Mesmo com o fechamento de postos de trabalho na categoria e retirada de direitos, o SMetal se manteve sempre à frente da lutas dos trabalhadores

Em 2018, o jornal Folha de São Paulo, um dos veículos de comunicação com maior tiragem no país, publicou um artigo intitulado “Deveríamos proibir os pobres de ter trabalhos degradantes?”. Em resumo, o autor do texto defende que exigir direitos e salários dignos faz com que as pessoas pobres não consigam emprego. Para ele, os empresários fazem “um favor” ao oferecer emprego, mesmo que as vagas sejam praticamente uma forma moderna de escravidão.

É exatamente com essa ideia que Bolsonaro governa o Brasil. Em 2019, o ano foi marcado pelo medo e a insegurança das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros, com números ainda alarmantes de desemprego. Enquanto isso, o aumento das vagas informais e/ou a precarização e retirada de direitos estão sendo cada vez mais colocadas em prática.

Infelizmente, o medo de não conseguir um emprego, faz com que os brasileiros se submetam a trabalhos precários, alguns comparáveis à escravidão. Apesar de um leve aquecimento no mercado de trabalho em comparação a 2018, a informalidade atingiu 41,1% da população ocupada, o equivalente a 38,4 milhões de trabalhadores. Recorde no país.

Quando o assunto é a indústria metalúrgica em Sorocaba e no Estado de São Paulo – a locomotiva do Brasil – os números são ainda mais preocupantes, de fechamento de postos de trabalho.

No dia a dia, a cada negociação, somos pressionados pelos patrões de que temos que reduzir ou mesmo retirar direitos para que as empresas sejam competitivas e empregos sejam gerados. Mas a que preço?! Sempre às custas dos trabalhadores.

Juntos, a bancada patronal e o governo continuam atacando o movimento sindical, com o objetivo de enfraquecer a luta por direitos e pela democracia. Eles sabem da força da classe trabalhadora quando está unida, que tanto já mudou os rumos deste país. As conquistas do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba no ano de 2019 são a prova disso.

Apesar de um cenário bastante preocupante, a categoria garantiu crescimento no Programa de Participação nos Resultados; reajuste nos salários – com aumento real e manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho; acordos para pagamentos de direitos, como verbas rescisórias corretas, adicional de periculosidade e insalubridade, vale-compras; entre outros.

O Sindicato também não mediu esforços para trazer a plataforma global para a planta da Toyota, que vai gerar empregos não só na montadora, mas em toda a sua cadeia produtiva, aquecendo o mercado de trabalho local.

Mas somente isso não basta, precisamos olhar para todos os setores. A indústria não vai a lugar nenhum se não tiver investimento público e privado e o Brasil só voltará a crescer com geração de empregos de qualidade, não com a tal da carteira Verde a Amarela.

Por isso, o ano de 2020 será ainda mais desafiador. Além de continuar resistindo junto aos trabalhadores metalúrgicos no chão da fábrica, precisamos defender com unhas e dentes a efetivação de políticas de desenvolvimentos industrial no Brasil, no Estado de São Paulo, em Sorocaba e nas cidades da região.

Há muita coisa em risco, como o 13º, o Fundo de Garantia, a saúde e segurança no local de trabalho, etc. E somente a união dos trabalhadores, em conjunto com o movimento sindical, é que vai conseguir barrar os ataques diários que vivenciamos. Unidos, podemos vencer mais essa luta!

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