Com o alto número de desempregados no país e o crescimento da informalidade, o sonho de um trabalho digno, que garanta qualidade de vida, saúde e momentos de lazer aos trabalhadores e trabalhadoras do país, está cada vez mais distante dos lares brasileiros. E todo esse cenário de incertezas não é por acaso.
Quando aprovada a Reforma Trabalhista, a terceirização irrestrita e, agora, com a MP 905, o Programa Verde e Amarelo, os governos Temer e Bolsonaro, juntamente com grandes empresários, criaram um sentimento de medo e rixa entre a classe trabalhadora. E o objetivo é claro: fazer com que o trabalhador aceite exercer suas funções à beira da informalidade.
Esse projeto também tem como finalidade enfraquecer os sindicatos, pois são eles que estão na linha de frente da luta coletiva e na defesa dos interesses dos trabalhadores. Imagine você, trabalhador, negociando um acordo de Programa de Participação nos Resultados (PPR) individualmente, ou mesmo o reajuste dos seus salários. Haveria avanços?!
Com comprometimento e experiência, os dirigentes sindicais assumem para si a missão de pressionar os patrões nas mesas de negociação por acordos justos e que atendam às reivindicações, assim evitando possíveis retaliações diretas aos trabalhadores. Mas somente com a organização, união e mobilização desses funcionários, que acreditam no Sindicato como seu legítimo representante, é que a entidade ganha força e garante melhorias.
Não é à toa que a média salarial da categoria metalúrgica em Sorocaba e região teve avanços. E nos acordos de PPR também vemos melhorias em vários fatores, como número de trabalhadores beneficiados, crescimento nos valores e avanços nas metas. Somos um sindicato forte pois temos uma categoria ainda mais combativa e aguerrida.
Ao longo dos últimos anos, o Sindicato tem alertado sobre os perigos por trás dessas reformas e demonstrado porque a flexibilização dos direitos não geraria empregos dignos – como está acontecendo.
A Reforma Trabalhista, por exemplo, é baseada na política existente nos EUA, que tem condições de trabalho precários e possui grandes restrições ao direito à organização sindical. O documentário “Indústria americana”, que ganhou o Oscar neste ano, mostra um pouco da dificuldade dos trabalhadores estadunidenses organizarem um Sindicato dentro de uma empresa.
Sem querem dar spoiler para quem não assistiu, mas fica evidente a perseguição e o assédio dos patrões e seus encarregados para evitar que os trabalhadores, por meio da criação de um sindicato na fábrica, lutem por melhores condições de trabalho, segurança, salários dignos e etc. E é a política dos EUA, que tentam imitar no Brasil, que possibilita isso.
Com todo o cenário de medo e retrocesso, os desafios do movimento sindical e dos trabalhadores no Brasil não será fácil. Mas em outros momentos de retrocessos, já mostramos a força da classe trabalhadora, com protestos nas portas das fábricas e até mesmo grandes greves pelo Brasil afora, e saímos vitoriosos. Não vamos abaixar a cabeça, participe das lutas do Sindicato, juntos somos mais fortes!