Não foi um caminho fácil até aqui. As negociações da Campanha Salarial 2022 foram, mais uma vez, marcadas pelas fortes tentativas dos patrões em querer o reajuste salarial abaixo da inflação.
E não é só isso. Os empresários propuseram parcelar o reajuste em duas e até três vezes, como se o salário do trabalhador fosse um simples carnê das Casas Bahia. E queriam mais. Ou melhor dizendo, queriam menos direitos trabalhistas.
As bancadas patronais apontaram para a retirada de importantes proteções que os metalúrgicos têm nas Convenções Coletivas como condição para fechar o acordo com aumento acima da inflação e sem parcelamento.
Evidente que a FEM-CUT/SP e os sindicatos filiados, entre eles o SMetal, repudiaram novamente essas tentativas absurdas. Desde o início, os dirigentes sindicais foram para as mesas de negociação com a pauta aprovada pela categoria em mãos e firmes em defender a valorização dos metalúrgicos.
Contou muito nessa luta o apoio e a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras nas portas das fábricas, enviando um claro recado para os patrões: estavam todos dispostos a batalhar até o fim por um reajuste digno e a manutenção dos direitos. E assim aconteceu.
O cenário dessa campanha, de novo, foi adverso. O governo federal tem lançado medidas eleitoreiras para maquiar o grave problema da economia, que nos últimos anos deixou tudo muito mais caro, principalmente a alimentação.
O metalúrgico sente no bolso o peso da inflação fora de controle e as medidas desesperadas do governo, que trouxeram deflação, pouco aliviaram essa situação. Por isso, nada mais justo que o reajuste salarial compensasse tantas perdas e sufoco que os trabalhadores passaram.
A luta não acabou, ela segue diariamente no chão de fábrica, no Sindicato e nas ruas. Os patrões, como já dissemos antes, estão organizados nos sindicatos deles e não para defender os trabalhadores. Esse papel cabe à entidade como o SMetal, que está sempre disposta a defender a categoria.
Por hora, podemos comemorar todo o esforço das assembleias de mobilização e do trabalho dos dirigentes sindicais. Podemos, sim, dizer que fechamos mais uma Campanha Salarial vitoriosa. Essa conquista é nossa. Essa conquista é sua.