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Opinião

EDITORIAL: A participação social é o anúncio de dias melhores

O editorial da Folha Metalúrgica nº 936 discorre sobre a importância da mobilização para barrar retrocessos, especialmente dos jovens, que são a potência de luta que dá fôlego aos novos enfrentamentos

Imprensa SMetal
Arquivo/Foguinho Imprensa SMetal
Protesto dos estudantes e professores em defesa da Educação no último dia 15 de maio, em Sorocaba

Protesto dos estudantes e professores em defesa da Educação no último dia 15 de maio, em Sorocaba

A participação social é o ingrediente principal para os avanços de uma sociedade democrática. Se o cenário atual é o de perda de direitos, é uma sinalização de que algo está errado no contato com o outro.

Não depende de muita estrutura para se comunicar, para além das mídias, com as pessoas. Mas num tempo de luta pela sobrevivência, muitas vezes, o esgotamento abate até a fala e o ir e vir.

Como a história é um ciclo que ninguém segura, as manifestações do dia 15 de maio pela Educação e contra a Reforma da Previdência ecoou algumas das principais insatisfações do povo brasileiro e pode começar a consolidar uma alternativa a essa certa apatia.

Muitos dos jovens que ocuparam as ruas e que retornarão a elas nesta quinta-feira, dia 30, junto com professores de escolas particulares e públicas – de todos os níveis de escolaridade – participaram das ocupações das escolas, em 2015 e em 2016. Nessa época, protestaram contra a reorganização escolar de Alckmin.

Agora, a luta é pela defesa dos investimentos nas universidades públicas e nos institutos federais, contra os cortes anunciados pelo governo, além do combate à proposta perversa da Reforma da Previdência, que atacaria os direitos tanto dos já aposentados como dos que estão entrando no mercado de trabalho.

Nesta quinta-feira, dia 30, deseja-se um eco ainda maior para ressoar em todo canto do país, pelo desejo de transformação desta nação ainda a ser desenvolvida. O que está em jogo é um presente mais digno no qual todo jovem tem direito ao estudo e a garantir uma posição decente no mercado de trabalho.

O horizonte é de resistência e como o presidente deste sindicato, Leandro Soares, deixou claro no ato de 1º de Maio, “os jovens não são apenas o futuro, mas principalmente, o presente e a potência de luta que dá fôlego aos novos enfrentamentos”.

É preciso cuidar dessas sementes transformadoras que germinarão a cada passo na rua, a cada grito de guerra, a cada insatisfação, a cada fala empoderada contra aqueles que jogam o jogo da exclusão. Estamos nos movimentando e isso é bom. Outra data, dia 14 de junho nos espera, e é greve geral!

Que as redes sociais consigam transmitir esse calor genuíno das ruas, para que todos e todas que deixaram de acreditar na participação social, voltem a olhar um no olho do outro, gerando mais empatia e disposição ao combate dos discursos de ódio e ao ranço elitista, que só lança preconceitos, distanciando um trabalhador do outro e dificultando o acesso dos jovens às universidades.

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