A participação social é o ingrediente principal para os avanços de uma sociedade democrática. Se o cenário atual é o de perda de direitos, é uma sinalização de que algo está errado no contato com o outro.
Não depende de muita estrutura para se comunicar, para além das mídias, com as pessoas. Mas num tempo de luta pela sobrevivência, muitas vezes, o esgotamento abate até a fala e o ir e vir.
Como a história é um ciclo que ninguém segura, as manifestações do dia 15 de maio pela Educação e contra a Reforma da Previdência ecoou algumas das principais insatisfações do povo brasileiro e pode começar a consolidar uma alternativa a essa certa apatia.
Muitos dos jovens que ocuparam as ruas e que retornarão a elas nesta quinta-feira, dia 30, junto com professores de escolas particulares e públicas – de todos os níveis de escolaridade – participaram das ocupações das escolas, em 2015 e em 2016. Nessa época, protestaram contra a reorganização escolar de Alckmin.
Agora, a luta é pela defesa dos investimentos nas universidades públicas e nos institutos federais, contra os cortes anunciados pelo governo, além do combate à proposta perversa da Reforma da Previdência, que atacaria os direitos tanto dos já aposentados como dos que estão entrando no mercado de trabalho.
Nesta quinta-feira, dia 30, deseja-se um eco ainda maior para ressoar em todo canto do país, pelo desejo de transformação desta nação ainda a ser desenvolvida. O que está em jogo é um presente mais digno no qual todo jovem tem direito ao estudo e a garantir uma posição decente no mercado de trabalho.
O horizonte é de resistência e como o presidente deste sindicato, Leandro Soares, deixou claro no ato de 1º de Maio, “os jovens não são apenas o futuro, mas principalmente, o presente e a potência de luta que dá fôlego aos novos enfrentamentos”.
É preciso cuidar dessas sementes transformadoras que germinarão a cada passo na rua, a cada grito de guerra, a cada insatisfação, a cada fala empoderada contra aqueles que jogam o jogo da exclusão. Estamos nos movimentando e isso é bom. Outra data, dia 14 de junho nos espera, e é greve geral!
Que as redes sociais consigam transmitir esse calor genuíno das ruas, para que todos e todas que deixaram de acreditar na participação social, voltem a olhar um no olho do outro, gerando mais empatia e disposição ao combate dos discursos de ódio e ao ranço elitista, que só lança preconceitos, distanciando um trabalhador do outro e dificultando o acesso dos jovens às universidades.