Diante a Greve Geral, a base governista está criando uma cortina de fumaça e tentando confundir os trabalhadores com o novo texto da Reforma da Previdência, mas se aprovada, continuará sendo praticamente impossível se aposentar.
Enquanto Michel Temer (PMDB) estiver na presidência da República a base aliada do governo, na Câmara e no Senado, continuará correndo para colocar em votação projetos de interesse do capital financeiro.
É assim com a Reforma da Previdência (PEC 287/2016). O texto apresentado pelo relator deputado Arthur Maia (PPS), estipula idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres e, pelo menos, 25 anos de contribuição, sendo 30% de pedágio sobre o que faltará para cumprir 30 anos de contribuição, se mulher, ou 35, se homem.
A aposentadoria por idade é a principal modalidade de aposentadoria no Brasil (52% das aposentadorias são por idade), enquanto que a por tempo de contribuição corresponde a 29%.
Dados da Previdência divulgados recentemente mostram que, se estivesse em vigor, a carência mínima de 25 anos para aposentadoria não teria sido alcançada por 79% dos segurados que se aposentaram por idade em 2015.
A votação dessa Reforma está prevista para começar em 2 de maio.
CONFIRA ALGUNS EXEMPLOS
1) Mulher, 42 anos
Com 15 anos de contribuição, ela se aposentaria com 100% do valor aos 58 anos. Mas, com as novas regras faltariam 16 anos + 30% de pedágio, o que equivaleria a 20 anos. Estaria com 62 anos e 35 anos de contribuição, mas receberia apenas 87,5%. Para receber 100% teria que contribuir até os 67 anos.
2) Rapaz, 16 anos
Idade mínima: 65 anos. Apesar de precisar de 40 anos de contribuição para a aposentadoria integral, terá que ficar no mercado de trabalho até os 65 anos. isso significa 49 anos trabalhando
3) Homem, 40 anos
Tem 20 anos de contribuição. Pode se aposentar com mais 15 anos (fator previdenciário), ou com 60 anos (integral). Se a regra mudar, terá que contribuir mais 19,5 anos. Porém, ele terá 59,5 anos de idade. Abaixo da idade mínima que é de 65 anos. Por isso, teria que trabalhar mais 5,5 anos.