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Editorial

É preciso acabar com a ‘cultura’ do assédio moral

A palavra da diretoria desta semana fala sobre assédio moral, uma 'cultura' que precisa ser banida do ambiente de trabalho, seja de chefe para funcionário ou entre colegas de produção

Imprensa SMetal
Arte: Lucas Delgado/Imprensa SMetal

O Sindicato recebe denúncias através do site (www.smetal.org.br), além do contato direto dos dirigentes com a categoria

Diante do aumento de denúncias de assédio moral o Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo lançou, em julho, uma campanha de combate a essa irregularidade trabalhista. Ao longo de julho e agosto deste ano serão veiculados anúncios em TV, rádio e jornal nos principais veículos de comunicação alertando para a necessidade de respeito no local de trabalho.

Foram recebidas, pelo Ministério Público do Trabalho, em São Paulo, até julho de 2015, 445 denúncias, o que representa quase o total de denúncias feitas em todo o ano anterior.

Essa campanha é importante para que os trabalhadores se conscientizem sobre o que é assédio moral para que aí sim possam denunciar e combater essa prática, tão enraizada em algumas empresas que se pode considerar até como uma “cultura”.

Cultura essa que precisa ser transformada com conscientização e luta. Como disse o próprio advogado do SMetal, Imar Rodrigues, em matéria publicada logo abaixo nesta página, a maior dificuldade no combate ao assédio é a sua caracterização.

O Sindicato recebe denúncias através do site (www.smetal.org.br), além do contato direto dos dirigentes com a categoria, o que permite ter base para tomar as medidas cabíveis nas instâncias jurídicas.

Hostilizar, humilhar e ameaçar são práticas que devem ser banidas do ambiente de trabalho, seja de chefe para funcionário ou entre colegas de produção.

Acreditamos que um ambiente de trabalho saudável é aquele onde não há desrespeito nas relações interpessoais, nem abuso nas cobranças por meta inalcançáveis.

Sabemos que muitas empresas acabam utilizando a crise econômica do país para justificar apertados ajustes que recaem sobre o trabalhador, como demissões desnecessárias que fazem com que trabalhadores acumulem funções e se sacrifiquem para atingir metas estipuladas para o maior alcance de lucros.

O vídeo da campanha do MPT tem direção do cineasta pernambucano Heitor Dhalia e mostra um chefe reunindo vários subordinados para apontar um deles, chamando-o de “incompetente do mês”.O dinheiro para a campanha veio de um termo de ajuste de conduta (TAC) que o MPT-SP firmou com a Samsung em dezembro de 2014.

Sobre a campanha, a médica e pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, comentou, em entrevista à Rádio Brasil Atual, que o assédio moral é uma violência psicológica cotidiana exercida nas empresas, que pode ocorrer de diversas maneiras. Ela ressalta que o trabalhador que sofre a agressão não pode se isolar.

Nesse sentido, repudiamos chefias que sugerem que trabalhadores peçam demissão, que dão tarefas sem sentido, que controlem o tempo de idas ao banheiro, que tornem público algo íntimo do/a subordinado/a, usem de difamação e ridicularizem seus subordinados.

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assédio moral Editorial Folha 796 Heitor Dhalia Imar Rodrigues Ministério Público do Trabalho Palavra da Diretoria Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região SMETAL
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