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Dívida da Santa Casa chega a R$ 50 milhões

A Santa Casa de Sorocaba tem R$ 50 milhões em dívidas. "Isso em função do que vem gerando a três ou quatro anos atrás, foi acumulando", reconhece o provedor José Antonio Fasiaben

Jornal Cruzeiro do Sul
Fábio Rogério

A diretoria da Santa Casa divulgou ontem, dia 15, a situação financeira da instituição

A Santa Casa de Sorocaba tem R$ 50 milhões em dívidas. “Isso em função do que vem gerando a três ou quatro anos atrás, foi acumulando”, reconhece o provedor José Antonio Fasiaben. Segundo ele, são R$ 30 milhões para os bancos e outros R$ 20 milhões para fornecedores, médicos e custos de rotina. Para a dívida bancária, a diretoria da Santa Casa diz que pediu ao BNDES, via Governo do Estado, um financiamento de R$ 30 milhões. Alega que o pedido foi feito em outubro do ano passado e agora está apresentando o projeto para conquistar o financiamento.

A intenção é pagar os outros R$ 20 milhões parceladamente. A direção da entidade filantrópica crê que a redução no número de atendimentos no Pronto-Socorro e as práticas do planejamento estratégico preparado desde o ano passado reduzirão os custos, permitindo o saneamento da dívida. A informação do diretor do PS da Santa Casa, Milton Palma, é que antes o hospital prestava cerca de 12 mil atendimentos ao mês e depois que o Pronto-Socorro passou ser referenciado às unidades básicas e pré-hospitalares, o número de atendimentos caiu para cerca de três mil ao mês, o equivalente a 25% do que era feito antes. No entanto, todos alegaram desconhecem qual é a economia financeira dessa redução.

Além da provedor e do diretor do Pronto-Socorro, a imprensa foi atendida pelo diretor administrativo de relacionamento com o cliente da Santa Casa, Newton Tomio Miyashita e a entrevista foi acompanhada pelo advogado José Domingos Valarelli Rabello. Segundo Newton Miyashita, mensalmente a Santa Casa recebe entre R$ 6 milhões e R$ 7,5 milhões em recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Prefeitura. Quanto ao custo mensal para manter o hospital, alegaram não ter o número para divulgar.

Para que os médicos voltem ao trabalho foi prometido o pagamento em dia de todos os salários e o parcelamento dos valores em atraso. Sobre a origem dos recursos para garantir tanto os pagamentos atrasados quanto os que forem vencer, além da redução de custos, os diretores apostam em um repasse extra do Ministério da Saúde e do Governo do Estado, “em reconhecimento às dificuldades de toda as Santas Casas do Brasil”. Segundo Miyashita, serão cerca de R$ 180 mil a mais por mês, referente à elevação 50% dos cerca de R$ 360 mil que já recebia no item denominado Incentivo à Contratualização.

A greve dos funcionários da Santa Casa foi encerrada na terça-feira, quando os trabalhadores receberam os salários atrasados. A Santa Casa fez o pagamento com mais uma antecipação do repasse da Prefeitura, esta no valor de R$ 505 mil. Em 23 de dezembro, a administração municipal já havia adiantado outros R$ 2 milhões.

Newton Miyashita disse que o momento mais difícil que a entidade vivenciou no final do ano é resultado de um processo crônico que também atinge as demais Santas Casas do Brasil. “Não somos diferentes de nenhuma outra, a Santa Casa de São Paulo, nesses dois anos, também sofreu uma crise muito grande”, declarou. Há anos as Santas Casas reivindicam a correção da tabela SUS, já que segundo informam, o Ministério da Saúde repassa de 50% a 60% dos custos dos procedimentos. Segundo Miyashita, 80% dos atendimentos da Santa Casa de Sorocaba são prestados via SUS.

Jornal Cruzeiro do Sul

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