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'Armas nas mãos'

Dirigente do SMetal comenta discurso do presidente CUT que gerou polêmica

"As armas nas quais ele se referia eram as armas democráticas, do debate de ideias e de comparação de projetos", comentou o dirigente sindical Carpinha sobre o discurso polêmico do presidente da CUT

Imprensa SMetal
Nayara Striani/FEM

Carpinha é dirigente sindical do SMetal e secretário-geral da FEM

“As armas nas quais ele se referia eram as armas democráticas, do debate de ideias e de comparação de projetos”, comentou o dirigente sindical do SMetal e secretário-geral da FEM, Adilson Faustino, o Carpinha, na manhã desta sexta-feira, dia 14, sobre o discurso do presidente da CUT, Vagner Freitas, no encontro “Diálogos com o Movimento Social”, em Brasília.

Segundo Carpinha, que participou do evento na quinta-feira, dia 13, o trecho no qual Vagner utilizava o termo “ir para as ruas com armas nas mãos”, foi retirado do contexto e, por isso, causou polêmica nas redes sociais. “Ele em nenhum momento incitou a violência, como divulgou a imprensa”, explica o diretor do SMetal.

Nota oficial
Em nota divulgada nesta sexta-feira, dia 14, Vagner explica que a declaração foi um mal-entendido e que não se referia a um chamado de violência ou ao uso de armas de fogo, como tem sido repercutido.

Em seu discurso no encontro de Dilma Rousseff (PT) com os movimentos sociais, o sindicalista falava sobre a onda de intolerância que vem ocorrendo no país e a importância de defender a presidente contra os setores que tentam derrubá-la do governo, quando usou o termo “ir para as ruas com armas nas mãos”.

“Qualquer sindicalista sabe que quando nos referimos a usar ‘todas as armas que forem necessárias’, estamos nos referindo às armas da democracia, que é a luta por direitos, a mobilização organizada, democrática, com respeito às diferenças”, afirma o presidente da CUT em nota.

Íntegra da nota
Leia abaixo à íntegra da nota do presidente da CUT, Vagner Freiras, sobre a repercussão de sua fala durante evento no Palácio do Planalto.

“Em discurso nesta quinta-feira, 13, no Palácio do Planalto, durante o evento “Diálogo com os Movimentos Sociais”, falei que “somos todos construtores da democracia”, alertei contra a onda de intolerância e a agenda de retrocesso e falei, também, em “ir para as ruas com armas nas mãos se tentarem derrubar Dilma”.

A frase mais destacada da minha fala de quase oito minutos foi justamente a que citava as armas. Foi entendida como um chamado à violência, ao uso de armas de fogo. Qualquer sindicalista sabe que quando nos referimos a usar “todas as armas que forem necessárias”, estamos nos referindo às armas da democracia, que é a luta por direitos, a mobilização organizada, democrática, com respeito às diferenças.

A CUT não pratica nem incita à violência. Muito pelo contrário, temos feito vários alertas contra a onda de ódio e intolerância que vêem sendo diariamente estimuladas nos últimos meses pelos opositores do governo.

Nossas armas, todos sabem, são o poder de convencimento, a organização, a formação política, a mobilização, o debate de ideias, a ocupação dos espaços, seja as ruas, sejam os locais de trabalho, a greve geral, essa sim a nossa maior arma.

É absolutamente comum a maioria das pessoas usarem de retórica quando fazem discursos para enfatizar uma situação, em especial em momentos como este que estamos vivendo de crise política que afeta toda a sociedade.

E, para encerrar, gostaria de lembrar aos que tentam criminalizar minha fala que, historicamente, os trabalhadores não empunham armas de fogo, eles são, na verdade, as grandes vítimas deste tipo de violência. Não é essa a prática nem a realidade da CUT. Nosso caminho sempre foi o diálogo para resolução de conflitos. Não é isso que queremos para o Brasil. Estamos sempre prontos para o debate, a negociação e a busca de acordos que garantam os direitos da classe trabalhadora. Esse é o nosso papel.”

VAGNER FREITAS
Presidente Nacional da CUT

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