Nesta sexta-feira, 16, dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) participaram de um evento em comemoração aos 32 anos da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP), entidade da qual o SMetal é filiado.
O evento teve início com uma mesa de abertura que contou com lideranças metalúrgicas, representantes do movimento sindical, líderes da FEM/CUT-SP e do Ministério do Trabalho.
Erick Silva, presidente da Federação, destacou a importância dos sindicalistas que passaram pela estrutura da entidade e recordou, ainda, que os 32 anos devem ser marcados pela retomada dos valores que fundamentaram a criação da instituição. “Precisamos referendar e reafirmar os valores da FEM que são a unidade, construção coletiva e participação de todos”, disse.
A atividade recebeu Pedro Tourinho, que é presidente da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), representando o Ministério do Trabalho. Tourinho enfatizou que o atual governo é conduzido por um metalúrgico e reconheceu a importância da categoria para a construção das lutas coletivas no país.
“Essa é uma categoria muito importante e a FEM é um instrumento para consolidar a concepção de sindicalismo dentro de uma perspectiva ampla”, disse. Para ele, as entidades sindicais são essenciais para as discussões a respeito do desenvolvimento industrial e do mundo do trabalho como um todo.
Para recordar a história, ex-presidentes que já passaram pela casa também fizeram uma participação. Virtualmente, foram exibidos vídeos que relembram os principais passos da jornada de mais de três décadas. O realce ficou coma a luta pela redução da jornada de trabalho de 48 horas para 44 horas semanais, além de conquistas importantes na ampliação de direitos sociais.
Uma análise de conjuntura política foi traçada durante o evento. Na mesa, participaram o presidente da FEM, Erick Silva e Priscila dos Passos, pelo Coletivo de Mulheres. O deputado estadual Teonilio Barba, que antes da carreira política trabalhou como metalúrgico e participou da estrutura da FEM, também fez suas colocações sobre o assunto.
História
A organização dos metalúrgicos no estado iniciou no ano de 1986, depois da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Após se desligarem das estruturas oficiais da época, em 1992 um grupo de metalúrgicos decidiu pela criação da Federação nos moldes conhecidos hoje.
Uma das ações mais conhecidas – e importantes – que é desenvolvida pela Federação é a elaboração de Convenções Coletivas de Trabalho (CCT), documentos que garantem a defesa dos salários, jornadas de trabalho, benefícios sociais, planos de saúde, entre outros, durante as negociações da Campanha Salarial da categoria (Saiba mais aqui).
“O SMetal participou ativamente da construção dessa instituição na figura de Wilson Fernandes, o Bolinha, que esteve presente nas discussões. Ele deixou para nossa atual gestão essa missão: sempre estarmos envolvidos nas discussões que traçam o rumo da categoria metalúrgica”, disse o secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito, que esteve no evento desta sexta-feira.
Para Valdeci Henrique, vice-presidente do SMetal, quando há participação na fundação de entidades como a FEM-CUT/SP, o movimento sindical “está construindo as bases para uma representação mais forte e eficaz”. Na visão de Verdinho, a criação dessas organizações fortalece a voz coletiva dos trabalhadores.
Mulheres em luta
“Quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede”, afirmou Ceres Ronquim, que é secretária da Mulher Trabalhadora da FEM-CUT/SP. A sindicalista aproveitou para destacar a importância do Coletivo de Mulheres da Federação.
Priscila dos Passos falou sobre a representatividade. “Quanto mais mulheres nas discussões e reuniões, mais fortalecidas ficaremos no enfrentamento nas mesas de negociação. Para que a gente coloque cada vez mais cláusulas que defendam as mulheres no chão de fábrica”, afirmou.
A sindicalista recorda que a categoria metalúrgica ainda é prioritariamente masculina, mas que existe um contingente grande de companheiras nas fábricas. Na visão dela, quando a voz dessas mulheres não ecoa nas pautas defendidas, então uma parte importante da categoria não está sendo ouvida. “Por isso, é importante participar e, sobretudo, garantir meios para que as mulheres estejam nessas trincheiras ao lado dos companheiros”, disse.
As mulheres recordaram, ainda, de diversas lutas empenhadas pelas mulheres, como a defesa da licença maternidade estendida (180 dias) que existe da CCT dos metalúrgicos.
Além desse ponto, as companheiras da defesa da importante cláusula que protege as mulheres em caso de violência doméstica presente nos grupos patronais Fundição (Cláusula 22 – VII), Sindifupi (Cláusula 26), Siniem (Cláusula 13 – VI), Grupo 2 (Cláusula 18 – I) e Grupo 3 (Cláusula 10 – VII).
Ato unificado
De acordo com o secretário-geral da FEM-CUT/SP, Max Pinho, para este ano os planos quanto à Campanha Salarial dos metalúrgicos é organizar um ato unificado para o lançamento geral desse importante momento no calendário da categoria metalúrgica.