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Política

Dilma responde à ‘torcida’ por apagão: ‘Os que são contra estão ficando para trás’

Dilma aproveitou para alfinetar aqueles que estavam contrários à medida, acusando que a decisão do governo de negociar um novo contrato com as concessionárias de energia traria insegurança jurídica ao setor

Rede Brasil Atual

A presidenta Dilma Rousseff foi à televisão na noite desta quarta-feira (23) ironizar os grupos que estão sempre contrários aos esforços do governo federal. Durante pronunciamento em cadeia nacional, ela anunciou ainda que assinou o ato que garante, a partir desta quinta, redução de 18% no valor médio da tarifa de energia elétrica residencial, e de 32% para indústria e agricultura.

“Neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média”, disse.

“Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que tentavam amedrontar nosso povo, entre outras coisas, com a queda do emprego e a perda do poder de compra do salário. Os juros caíram como nunca, o emprego aumentou, os brasileiros estão podendo e sabendo consumir e poupar. Não faltou comida na mesa, nem trabalho. E nos últimos dois anos, mais 19 milhões e 500 mil pessoas, brasileiros e brasileiras, saíram da extrema pobreza.”

Na parte final do discurso, Dilma aproveitou para alfinetar aqueles que estavam contrários à medida, acusando que a decisão do governo de negociar um novo contrato com as concessionárias de energia traria insegurança jurídica ao setor e tornaria inviável a realização dos investimentos exigidos a partir de agora. “Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único kilowatt que precisava, e agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas”, afirmou.

No começo do ano, o jornal Folha de S. Paulo chegou a anunciar como de caráter emergencial uma reunião corriqueira a respeito do setor energético. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Édison Lobão, concedeu entrevista coletiva desmentindo a possibilidade de racionamento, visão que reiterou esta semana com a volta das chuvas que abastecem os principais reservatórios de hidrelétricas.

Partidos de oposição criaram em torno da questão um fato político na tentativa de mostrar uma suposta falha de gestão, que agora Dilma rebate. Segundo a presidenta, no ano passado foram colocados em operação 4 mil megawatts de energia e 2.780 quilômetros de linhas de transmissão, aos quais este ano se somarão 8.500 megawatts e 7.540 quilômetros de novas linhas. “Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado.”

A presidenta aproveitou ainda para lembrar que, graças a mudanças realizadas em 2004, quando era titular do Ministério de Minas e Energia, foi possível garantir investimentos que, hoje, tornam possível afastar o risco de racionamento, ocorrido durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “Nosso sistema é hoje um dos mais seguros do mundo porque, entre outras coisas, temos fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre, aliás, na maioria dos países.”

Ela recordou ainda que os cidadãos atendidos por concessionárias que não aderiram ao esforço do governo terão igualmente o direito à redução no valor da energia. Estas empresas deixarão de comandar as operações ao término dos contratos. “É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas não é a primeira vez que o nosso governo toma medidas para baixar o custo, ampliar o investimento, aumentar o emprego e garantir mais crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros. Temos baixado juros, reduzido impostos, facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando o investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil.”

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