O governo federal atendeu ao apelo dos trabalhadores e anunciou na última sexta-feira, 29, a prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as indústrias da linha branca, como geladeira, fogão e demais produtos.
Ultimamente, representados pela CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), os trabalhadores fizeram inúmeras reuniões, inclusive com os empresários, para discutir a fórmula de como manter aquecido o setor da linha branca.
Durante reunião em Brasília, no último dia 25, da qual participaram o economista Fernando Lima do Dieese/Sorocaba e o dirigente sindical metalúrgico Sílvio Luiz Ferreira da Silva, os trabalhadores reforçaram o pedido de redução do imposto, mas cobraram contrapartida dos empresários.
Entre as contrapartidas estão a manutenção do nível de emprego e abertura de novos postos de trabalho, do nível de nacionalização dos componentes da linha branca e a re-
dução de preço ao consumidor.
Em todo o país a indústria da linha branca emprega aproximadamente 40 mil trabalhadores.
“Os empresários têm que entender que a redução do IPI é para manter a economia aquecida, não é para eles apenas aumentarem o lucro”, cobra Silvinho.
PAC Equipamentos vai aquecer economia
Dois dias antes de reduzir o IPI da linha branca, a presidente Dilma Rousseff já havia lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Equipamentos), que prevê o gasto de R$ 8,43 bilhões na compra de caminhões, ônibus, máquinas e equipamentos para manter a economia aquecida e garantir o nível de emprego.
O anúncio, feito dia 27, deve refletir significativamente no setor metalúrgico de Sorocaba e região, já que a compra do governo inclui caminhões, ônibus, motos, motoniveladoras, patrol e até mobiliário escolar, além de veículos fora de estrada para as Forças Armadas Brasileiras.
“Uma infinidade de componentes dos produtos presentes na lista de compra do governo federal são produzidos aqui; isso quer dizer que os metalúrgicos de Sorocaba e região serão beneficiados pelo aquecimento da produção no nosso parque industrial”, diz Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.
Somente com caminhões o governo vai gastar R$ 2,2 bilhões na compra de 8 mil unidades.