Representante da Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, Débora Bertucci
Durante audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira, 23, o secretário municipal de Saúde, Armando Raggio, afirmou que o edital para construção do hospital público municipal deve ser publicado em julho deste ano.
Conduzida pelo vereador Izídio de Brito (PT), presidente das Comissões Permanente e Parlamentar de Inquérito da Saúde Pública do Legislativo, a audiência contou com a participação de líderes populares e de diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).
Além de Izídio e do secretário, compuseram a mesa também a deputada federal Iara Bernardi (PT), o vereador Carlos Leite (PT), e a assistente técnica da secretaria municipal de saúde de São Bernardo do Campo, Débora Cristina Bertussi.
Débora contribuiu com relatos da experiência na área da saúde da cidade de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, que conta com quatro hospitais sob gestão da prefeitura.
Ela ressaltou a importância de uma rede articulada, para que o usuário tenha acesso ao serviço de que precisa, no lugar certo, reduzindo a ‘peregrinação’ pelo SUS. “A nossa unidade (hospital das clínicas) está além dos padrões conhecidos no país, com uma lógica de auto-sustentabilidade, menos gasto de energia, equipamentos de ponta. Outra vantagem é que o usuário tem direito a acompanhamento, independente de estar na UTI ou enfermaria, de ser idoso ou criança, relatou.
População não pode esperar
O diretor executivo do SMetal Joel Américo de Oliveira cobrou, na mesa estendida, o andamento da construção do prometido hospital. Em resposta, o secretário municipal disse que “Estamos cumprindo as etapas,na fase da escolha do projeto”, conta Raggio. O terreno já foi adquirido pela prefeitura e fica na antiga garangem da TCS, na zona norte da cidade. Conforme o secretário, a pasta trabalha atualmente para a regularização plena do local.
O assessor do deputado estadual Hamilton Pereira (PT) José Marcos, que representou o parlamentar, ressaltou a importância do Conselho Municipal da Saúde se posicionar sobre o tema e acompanhar o andamento do processo de construção.
O hospital municipal de Sorocaba atenderá 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e será administrado pelo governo municipal, mas a construção deve contar com a parceria público-privada. Ele será de média complexidade, com 170 leitos gerais, 10 leitos de UTI neonatal, 10 leitos para pediatria e cinco salas de cirurgias, além de disponibilizar exames de tomografia e outros.
Promessa de campanha
No início da audiência foi exibido vídeos mostrando a promessa do prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), durante campanha eleitoral, da construção de um hospital público municipal na zona norte.
Outro material mostrou a trajetória do projeto de iniciativa popular – apoiada pelo Sindicato dos Metalúrgicos -, com mais de 26 mil assinaturas de eleitores sorocabanos e que foi protocolado na Câmara em 15 de maio de 2012. Além da proposta aprovada pelo Legislativo, que também derrubou o veto do prefeito Pannunzio e sancionou a lei, designando verba orçamentária para a nova unidade de saúde.
O chefe do Executivo recorreu à Justiça para barrar a lei do hospital e argumentou que a Prefeitura assumiria a iniciativa de construir o hospital na Zona Norte, por meio de parceria com a iniciativa privada.
Relatório
Conforme o vereador Izídio de Brito, um documento sobre a audiência pública desta sexta-feira será produzido para ser entregue ao Ministro da Saúde, Arthur Chioro, para facilitar o pedido de financiamento. O documento terá as assinaturas da bancada petista, do secretário de saúde e do prefeito de Sorocaba.
O Ministro virá amanhã, a Sorocaba, para participar da inauguração do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Vila Progresso. O evento está previsto para acontecer a partir das 11h.
