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Campanha Salarial

Data-base dos metalúrgicos fecha com 8,83% de perdas com a inflação

FEM e sindicato filiados já negociam a Campanha Salarial e enfrentam as tentativas das bancadas patronais de parcelar o reajuste e retirar direitos; SMetal destaca que mobilização será fundamental

Imprensa SMetal

A data-base dos metalúrgicos chegou a 8,83%. Esse é o total de perdas salariais da categoria com a inflação desde setembro de 2021, levando em consideração o Índice Nacional dos Preços ao Consumidor (INPC) do período, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O INPC de agosto foi anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 9, e novamente apresentou deflação. A queda registrada no mês passado foi de -0,31%, puxada principalmente pelas medidas eleitoreiras do governo federal em relação aos preços dos combustíveis.

Enquanto o grupo de transportes, mais diretamente beneficiados pela queda dos preços dos combustíveis, teve redução de -0,65% no mês passado, outros grupos tiveram ligeiro aumento. É o caso da saúde e cuidados pessoais, que teve alta de 0,17%, e vestuário, que subiu 0,09%.

Os alimentos também ficaram mais caros. Apesar do aumento ser menor do que o verificado em meses anteriores, o grupo de alimentos e bebidas cresceu 0,06% em agosto.

Silvio Ferreira, presidente interino do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), enfatiza que o custo de vida continua alto para a sociedade brasileira.

“É preciso considerar que a deflação desses dois meses não ameniza o impacto para o trabalhador, que durante os últimos anos vêm sofrendo com a constante alta da inflação, principalmente com relação aos alimentos. Em Sorocaba, segundo a Uniso, um litro de leite chega a R$ 6,50, o óleo está quase R$ 10 e, no total, uma cesta bem básica custa 90% do salário mínimo. Enfim, é um peso tremendo no bolso da classe trabalhadora”.

Ele afirma, ainda, que a queda nos índices que medem a inflação são passageiros e tem como foco melhorar a imagem de Bolsonaro para as eleições. “Todas as medidas adotadas pelo governo federal são superficiais e têm prazo para acabar, a maioria vai só até dezembro, como é o caso da redução do ICMS. Em quatro anos de mandato, Bolsonaro nada fez para reduzir o preço da gasolina ou dos alimentos, nem mesmo para gerar emprego. Agora, no desespero por estar mal nas pesquisas, tenta enganar o trabalhador, mas quem tem família para sustentar sabe o quanto tudo está caro”.

Campanha Salarial

O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), Erick Silva, destaca as dificuldades da Campanha Salarial 2022. “Os sindicatos filiados à FEM estão unificados, mas as bancadas patronais estão pulverizadas e isso nos leva às várias frentes de negociação. Temos um cenário difícil, com propostas de parcelamento do reajuste salarial e também com a tentativa de retirada de direitos”.

Erick completa que os metalúrgicos estão mobilizados e prontos para lutar por valorização. “Nossos sindicatos estão realizando assembleias em todo estado e reafirmando a disposição para cobrar reajuste salarial digno e dizer não para as tentativas de retirada de direitos. Temos forças e coragem para enfrentar esse desafio e conquistarmos mais uma Campanha Salarial vitoriosa”.

Para saber mais sobre a Campanha Salarial 2022, acesse aqui: smetal.org.br/canais/campanha-salarial-2022

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campanha salarial 2022 data-base dissídio 2022 inflação inpc Metalúrgicos reajuste salarial Sorocaba
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