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Campanha Salarial

Data-base dos metalúrgicos acumula 8,66% de perdas com a inflação

Número leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) entre os meses de setembro do ano passado e abril de 2022; no mesmo período de 2021, o índice da data-base estava em 6,68%

Imprensa SMetal

Em apenas oito meses desde a última data-base – setembro de 2021 – o salário dos metalúrgicos já foi desvalorizado em 8,66%. Para chegar a esse número, considera-se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período – entre setembro do ano passado e abril de 2022.

O resultado apresentado é o maior para o mês de abril desde 2003, de acordo com a subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) do SMetal. No mesmo período do ano passado, o índice de inflação da data-base estava em 6,68%.

De acordo com os dados divulgados na manhã desta quarta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o INPC teve um crescimento de 1,04% no mês passado, acumulando uma alta de 12,47% em 12 meses.

Para chegar ao valor do INPC, o IBGE analisa as variações de preços da cesta de consumo da população assalariada com mais baixo rendimento (famílias que recebem de um a cinco salários mínimos). Ele é verificado em 10 regiões metropolitanas.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, destaca que a alta do INPC demonstra a crise que o país se encontra. “Não tem como negar que a vida piorou nos últimos anos. Quando vamos ao supermercado ou precisamos de um botijão de gás e até mesmo para abastecer, sentimos no bolso como tudo está absurdamente caro. O salário do trabalhador de hoje não compra mais metade do que era possível adquirir anos atrás”.

Leandro lembra que a atual situação é fruto de uma política desastrosa. “O presidente Bolsonaro vive numa realidade paralela, seja passeando de moto ou inventando mentiras nas suas lives. Trabalhar que é bom, nada. O salário mínimo só perdeu valor nos últimos anos, o poder de compra da classe trabalhadora caiu assustadoramente. Com isso, cada vez mais temos dificuldade de manter as contas em dia, de alimentar nossa família e não há a menor perspectiva de melhorar. Muito pelo contrário, a expectativa é que a situação econômica continue ruim e penalizando a classe trabalhadora”.

Campanha Salarial 2022

Nesse cenário de alta do INPC e de desvalorização do salário, a Campanha Salarial 2022 dos metalúrgicos será um grande desafio. Na última semana, a categoria aprovou a pauta de reivindicações que serão entregues para as bancadas patronais no início de junho.

“Nossa data-base deve fechar acima dos 10% novamente e, com isso, as negociações não serão nada fáceis. Diga-se de passagem, nunca é uma tarefa fácil negociar com os patrões. Temos que estar preparados para enfrentar esse período com muita mobilização e unidade para deixar claro que lutaremos pela valorização do nosso trabalho”, enfatiza Leandro.

Histórico vitorioso

No ano passado, a data-base dos metalúrgicos teve a inflação acumulada em 10,42%. Durante o processo de negociação, a FEM/CUT e os sindicatos filiados enfrentaram sucessivas tentativas das bancadas patronais em fechar o reajuste abaixo do índice inflacionário e dividido em até três vezes.

A forte atuação da Federação e do SMetal garantiu que os acordos fechados na base de Sorocaba fossem iguais ou superiores a inflação, além de garantir as Convenções Coletivas de Trabalho, que protegem importantes direitos. Ao todo, 96% da categoria teve acordo ou convenção coletiva e reajuste garantidos.

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