“Não podemos ajustar contas do governo em cima dos direitos dos trabalhadores. A posição da CUT é clara: somos contra as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665”. Este foi um dos argumentos que o presidente da CUT, Vagner Freitas, usou durante reunião que a bancada do PT fez nesta terça-feira, 5, em Brasília, para discutir uma posição unitária sobre as MPs, que estão sendo votadas no plenário da Câmara dos Deputados.
De maneira enfática e firme, segundo os próprios deputados, Vagner fez a defesa dos direitos da classe trabalhadora dizendo que, se governo quer fazer um ajuste fiscal, que taxe as grande fortunas e a especulação financeira, que melhore os mecanismos de combate à sonegação.
O dirigente disse que a CUT não vai permitir que o governo, para não mexer com os empresários, mexa com a parte mais frágil, que são os/as trabalhadores/as, tire direitos restringindo o acesso a benefícios fundamentais.
“Aumentar o prazo para acesso ao seguro-desemprego é retirar um direito adquirido, restringir o acesso a um benefício previdenciário é retirar um direito adquirido”, disse Vagner.
A CUT, disse Vagner, acredita que se o governo acha que precisa fazer correções nas políticas públicas para evitar fraudes ou corrigir erros que, porventura, existam, que se prepare, que capacite e contrate mais fiscais. Mas não como ajuste fiscal.
“Não vamos aceitar são argumentos como esses, nem tampouco que medidas para corrigir distorções sejam tomadas sem debate com o movimento sindical, sem debate com a sociedade.”
Quando essas medidas foram a aventadas no ano passado, a CUT deixou claro que só aceitava negociar no bojo do debate sobre o fim do Fator Previdenciário e da adoção do Regra 85/95, explicou o dirigente.
“Se estavam sendo discutidas desde o ano passado, como o governo argumenta, poderiam ser melhor debatidas e construídas pelas centrais sindicais e pelo governo, sem retirar direitos”, pontuou.
Vagner defendeu que as medidas sejam discutidas no âmbito do Fórum de Debates de Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência – uma antiga reivindicação da CUT – que a presidenta Dilma Rousseff criou na semana passada.
“E se essas MPs forem aprovadas vamos fazer uma luta tão grande quanto a que estamos fazendo contra o Pl 4330, da terceirização”, concluiu Vagner.