São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), proibiu a CUT de realizar evento no qual apresentaria uma proposta de agenda legislativa com a pauta dos trabalhadores, em evento que estava programado para as 15h de hoje (2) no Salão Nobre.
Cunha não justificou a medida. “Isso é um absurdo. É a democracia que está em jogo”, disse a secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, à RBA. “Eduardo Cunha deveria abaixar as armas. Quem está sendo investigado é ele”, afirmou. No último dia 20, Cunha foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Operação Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Graça disse também que a CUT não vai abrir mão de apresentar sua agenda, o que deverá ocorrer no Senado. O estudo reúne projetos relacionados ao mundo do trabalho e a políticas sociais em tramitação. A ideia é que seja um contraponto à Agenda Brasil, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Ontem, o deputado Afonso Florence (PT-BA) teve o microfone cortado por Cunha enquanto discursava no plenário da Câmara. O presidente da casa tem adotado tal medida em situações em que seu poder é contestado por parlamentares que discordam de sua condução na presidência, como nas votações de temas prejudiciais a direitos trabalhistas e sociais já conquistados.
Cunha teve atitudes semelhantes nas votações da redução da maioridade penal e da terceirização indiscriminada nas empresas.
Nos corredores da Câmara, os comentários são de que Cunha pretende baixar uma medida proibindo a participação do movimento sindical en atividades na casa.
Com o veto do deputado ao acesso às dependências, Graça Costa está atendendo a jornalistas na Chapelaria da Câmara. A liderança do PT tenta intervir para contornar a situação.