A empresa Lenovo, que tem fábricas em todo o mundo, anunciou a demissão de 3,2 mil funcionários. Deste total, 75 demitidos foram da fábrica em Itu
A fabricante de eletroeletrônicos chinesa Lenovo promoveu 75 demissões de ontem, dia 13, para hoje, 14, em sua unidade no município de Itu. O corte aconteceu um dia após a empresa ter anunciado a demissão de 3,2 mil trabalhadores em todas suas fábricas do mundo – o que equivale a 5% de todo o quadro de trabalhadores da empresa em seis países.
Os metalúrgicos demitidos em Itu são da área administrativa e produção e atuavam nas duas plantas locais, Digibras, de assistência técnica; e a Lenovo, fabricante de computadores e celulares. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região, Dorival Jesus do Nascimento, o corte representa quase 10% do total do quadro de trabalhadores da empresa na cidade.
A diretoria da entidade se reúne com a empresa quinzenalmente e o último encontro foi realizado na quarta-feira (12). Dorival explica que os cortes anunciados no âmbito mundial e têm relação com a crise mundial, que afetou diretamente a produção. “Em Itu, a unidade tinha uma carteira de 120 mil produtos e agora, está com 50 mil”, afirma.
Outros cortes também ocorreram no centro administrativo em São Paulo e na fábrica da Lenovo em Manaus, que de cinco mil trabalhadores passa a ter apenas 600. A demissão de trabalhadores em Manaus vem acontecendo desde 2014.
Contexto mundial
O anúncio das 3,2 mil demissões partiu do próprio CEO da companhia, Yang Yuanqing, juntamente com a divulgação dos relatórios financeiros do primeiro trimestre de 2015.
A ideia da Lenovo é estruturar a divisão de dispositivos móveis da companhia (mobiles) e buscar alternativas para o mercado de PCs, que não apresenta resultados animadores.
Conforme a decisão, há o fortalecimento da ligação entre a Lenovo e a divisão mobile da Motorola, que foi comprada da Google pelos chineses. A Motorola será a responsável por design, desenvolvimento e produção dos smartphones da marca Lenovo.
A empresa chinesa estima que, com estas demissões, economizará US$ 650 milhões na segunda metade de 2015 e cerca de US$ 1,35 bilhão ao longo do próximo ano.
