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Crise hídrica: Manga nega racionamento enquanto população sofre sem água

A 15 dias do fim do ano, prefeito diz que 2021 não terá racionamento de água; Manga também não apresentou soluções e optou por transferir a responsabilidade da crise para sociedade e instituições

Imprensa SMetal com informações do Portal Porque

O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) promoveu, nesta quinta-feira, 15, (mais uma) live para prometer que Sorocaba não vai ter racionamento de água em 2021. O detalhe é que faltam apenas 15 dias para acabar o ano.

Segundo o chefe do executivo, 12 de janeiro é o prazo limite para iniciar um racionamento de água na cidade. No entanto, moradores de diversos bairros relatam que está faltando água todos os dias.

Sem apresentar um plano concreto para minimizar a crise hídrica que afeta Sorocaba e região, o prefeito e o diretor geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (SAAE), Ronald Pereira da Silva, optaram por transferir a responsabilidade da situação.

“Se toda sociedade sorocabana, Fiesp, Ciesp, Secov, Associação Comercial, Sindicato dos Metalúrgicos, OAB, Associação dos Engenheiros e médicos, se envolverem e terem consciência que, se não economizar, pode faltar [água])”, disse Roland.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, considera a colocação do poder executivo sorocabano absurda. “Não é de hoje que estamos falando da crise hídrica e apontando a necessidade de o poder público buscar por alternativas para a situação. Em nenhum momento o prefeito ou os seus técnicos responsáveis nos procuraram para discutir o assunto e sempre estivemos à disposição para isso”.

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Leandro lembra que crise atinge toda região de Sorocaba e que é preciso esforços conjuntos para minimizar o problema. “Não estamos nos isentando de fazer a nossa parte, enquanto Sindicato e enquanto cidadãos. Mas a situação que enfrentamos não vai se resolver com ações individuais, mas sim com o trabalho de todos. Principalmente do poder público, que precisa entender a gravidade da crise e trabalhar em conjunto com as instituições empenhadas em mudar essa situação”.

Ele também enfatiza que o SMetal está à disposição do prefeito Rodrigo Manga para debater o problema. “Trabalhamos muito além da defesa dos direitos da categoria. Enquanto Sindicato Cidadão, temos o compromisso de contribuir com a sociedade, seja na busca de investimentos que geram emprego e renda, seja construindo saída para crises, como é o caso da água”.

Situação é crítica

Uma reportagem publicada pelo Portal Porque nesta semana mostrou que, em reunião realizada na manhã desta segunda-feira, 13, os integrantes do Grupo de Trabalho sobre a Crise Hídrica decidiram articular uma audiência pública com a Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Sorocaba, para a próxima segunda-feira, dia 20, às 18h, com a presença de prefeitos da região.

Na reunião, estabeleceram também a sétima redução de vazão defluente do reservatório de Itupararanga, de 2,25 m3/s (2,25 metros cúbicos por segundo) para 2 m3/s. Cada metro cúbico equivale a mil litros. É uma marca histórica, jamais registrada desde que a vazão da represa para o rio vem sendo registrada.

Fotos da represa demonstram o estado lastimável de seca. A situação, conforme os integrantes do GT, é parecida nos rios da região, como em Piedade, Salto de Pirapora e Araçoiaba da Serra, que em vários trechos é possível passar a pé de uma margem a outra.

O promotor de justiça Antônio Farto Neto, da Secretaria Executiva do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) – Núcleo Tietê/Sorocaba, também será convidado para a audiência.

36 horas sem água

A cidade de Salto está na fase vermelha de racionamento de água de 12hx36h, ou seja, os moradores ficam 12h com água e 36h sem nada nas torneiras. O prefeito Laerte Sonsin Júnior é o presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT).

Além de Salto, Itu, Tietê e Araçoiaba da Serra também estão com racionamento de água.

Apesar da gravidade da seca do reservatório, Sorocaba, Votorantim e Iperó ainda não decretaram redução no consumo de água.

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