A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) criou nesta sexta-feira, dia 28, o seu Coletivo de Igualdade Racial, com o objetivo de aprofundar o debate e elaborar propostas para superação do racismo no mundo do trabalho e na sociedade. Ele foi formado com a conclusão do último módulo do Curso de Formação Sindical “Combate ao Racismo para a Construção da Igualdade Racial”, promovido pela CNM/CUT, no Instituto Cajamar, interior de São Paulo.
O Coletivo de Igualdade Racial tem a mesma estrutura e funcionamento dos demais coletivos da CNM/CUT (Formação, Saúde, Mulheres e Juventude) e é composto por representantes de federações e sindicatos de bases estaduais. O grupo já elaborou o plano de ação para o primeiro quadrimestre de 2015.
Para a secretária de Igualdade Racial da Confederação, Christiane Aparecida dos Santos, a criação do Coletivo Nacional de Igualdade Racial foi fruto de um intenso trabalho da CNM/CUT para consolidar o debate do tema nos sindicatos e federações, e o curso foi um importante meio para isso. “O curso conseguiu amadurecer as ideias dos dirigentes. Eles levaram a discussão para a base e realizaram projetos para combater o preconceito. O Coletivo nasce forte, pois foi fruto da intensa formação que a CNM/CUT proporcionou. Tenho certeza que será mais um instrumento para combater o racismo e compromisso do movimento sindical lutar pela igualdade, principalmente, na questão racial”, disse.
A secretária de Combate ao Racismo da CUT, Maria Júlia Reis Nogueira, também participou do último dia do encontro – que foi iniciado na terça-feira, dia 25, e divulgou a revista da campanha permanente “Basta de Racismo no Trabalho e na Vida”, que traz as ações da Central Única dos Trabalhadores e de suas principais Confederações sobre o tema. “A CUT mantém-se atenta aos anseios da classe trabalhadora e fiel ao princípio de não compactuar com qualquer forma de discriminação. A Central está na luta para banir o preconceito e o racismo do mundo do trabalho e, para isso, precisa trabalhar em conjunto com suas confederações”, disse.
Participaram do curso dirigentes dos sindicatos de metalúrgicos de Extrema (MG), Pouso Alegre (MG), Belo Horizonte/Contagem (MG), João Monlevade (MG), Juiz de Fora (MG), de Feira de Santana (BA), Sorocaba (SP), São Carlos (SP) e os estaduais do Amazonas, Espírito Santo e Ceará. Com o objetivo de integrar e fortalecer o Macrossetor da Indústria da CUT, formado por metalúrgicos, químicos, têxteis, trabalhadores na construção e na alimentação, também participaram da formação sindicalistas dos demais setores. Assim, o curso teve a presença de dirigentes da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Vestuário (CNTV/CUT). As duas outras categorias não puderam participar.
O Curso de Combate ao Racismo
Nos dois módulos, dirigentes de todo país debateram os problemas do racismo, como enfrentá-lo e ações para promoção da igualdade racial no país. O curso sensibilizou as entidades de metalúrgicos cutistas para o tema, a partir da troca de experiências e da formação teórica.
O primeiro módulo foi ministrado pelo por Deivison Knosi, sociólogo, pesquisador e professor de história da África, que abordou temas como a contribuição dos africanos para o desenvolvimento humano universal, colonialismo e luta de classes, racismo no Brasil; a luta dos trabalhadores e a questão racial e desafios contemporâneos para a promoção da igualdade racial (confira aqui).
Já o segundo módulo foi ministrado pelo sociólogo e professor Uvanderson Vitor da Silva, que trouxe explicou o mercado de trabalho para o negro, o lugar da mulher negra no mundo do trabalho e políticas públicas de combate ao racismo (leia aqui e aqui).