Conforme anunciado na Folha Metalúrgica 708, publicamos nesta edição a segunda parte da história da CUT, que em agosto de 2013 vai completar 30 anos de fundação. A cada 15 dias, será publicada esta coluna com um novo trecho da trajetória da central.
Na edição anterior, a coluna relatou os princípios políticos e sociais que a CUT seguiu nas últimas três décadas.
A CUT – Central Única dos Trabalhadores – foi fundada em 28 de agosto de 1983, na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT). Entre os cinco mil homens e mulheres, de várias partes do país, que lotavam o galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz, estavam alguns sindicalistas sorocabanos, entre eles Wilson Fernando da Silva, o Bolinha, líder da chapa de oposição que havia vencido as eleições do Sindicato dos Metalúrgicos no mês anterior.
É importante ressaltar que, de 1964 a 1985 perdurou no Brasil o regime militar, caracterizado pela falta de democracia, perseguição política, repressão, censura e tortura.
Porém, no final da década de 1970, diversos movimentos sociais do país haviam voltado a organizar suas bases e a realizar mobilizações pedindo democracia e melhores condições de vida. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, foi o principal destaque nacional nessa luta.
Nesse cenário, a própria fundação da central, que não era permitida pelo regime, representou um passo ousado no sentido de desafiar o poder absoluto da ditadura. Certamente essa ousadia ajudou a conquistar a redemocratização do Brasil poucos anos depois.